Brasil

Emoção e revolta em velório de pai e filho assassinados

10/12/17 - 14h57

Em meio a lágrimas e pedidos por justiça, familiares e amigos de Anderson Ferreira de Aguiar, 49 anos, e Rafael Ferreira, 21, prestam uma última homenagem às vítimas de um assassinato brutal na última sexta-feira (8/12). Os corpos estão sendo velados na capela 10, do Cemitério Campo da Esperança, na tarde deste domingo (10/12).  

O sepultamento de Anderson Ferreira está previsto para começar às 16h30. Já o de Rafael, às 17h. Anderson, que era funcionário da Presidência da República, e Rafael foram mortos pelo vizinho Roney Ramalho, 43 anos. O crime aconteceu no Condomínio Estância Quintas da Alvorada, as 23h45. O motivo, segundo testemunhas, é a antiga rixa entre eles, principalmente por conta de uma lixeira é uma câmera instalada na casa do acusado, que filmava toda a varanda da família das vítimas. 

Durante o velório, a esposa da vítima, Ana Karina Ferreira, fez questão de relatar ao Correio detalhes sobre a família e a convivência com Roney. Bastante emocionada e com um terço enrolado na mão esquerda, ela diz que já recebeu ameaças do acusado. "Ele (Roney) foi calculista. Estava de tocaia para assassinar meu marido e meu filho. Deu cinco tiros nas costas do Anderson. Rafael foi ajudar o pai e ele aproveitou para disparar mais dois tiros na cabeça dele", relatou.  

Para Ana Karina, Roney não pode sair da cadeia. "Tenho mais dois filhos e todos nós estamos sob ameaça. Se esse cara sair, nós estaremos em alto risco de vida. Meu marido e meu filho eram pessoas dignas, de bem. Rafael nunca fumou, nunca usou drogas e estudava para cursar veterinária. Já tinha conseguido bolsa de 60% em uma faculdade. Meu marido sempre foi um homem íntegro. A Justiça precisa ser feita”, desabafa. 

No cemitério, o irmão de Anderson, Emerson Ferreira, 43 anos, se culpa pela morte trágica da vítima. "Se eu tivesse chegado poucos minutos antes, nada disso teria acontecido. Vi a Karina (esposa) desesperada levando Rafael ao Hospital de Base”, explicou, também emocionado. 

Emerson chegou a ver o irmão morto minutos após os disparos. A atitude dele foi de tentar sacudir o corpo de Anderson, na esperança de trazê-lo de volta. "Percebi que ele ainda estava quente. Dizia "volta, por favor!", mas nada adiantou", detalha. 

Assim como Ana Karina, Emerson quer que a Justiça seja feita. "A morte para esse assassino seria pouco. Quero que ele passe o resto da vida na cadeia comendo o pão que o diabo amassou. Ele não será perdoado por mim, mas por Deus. Ele não é louco, é calculista", disse. 

Arsenal  

Na casa de Roney, a Polícia Militar encontrou armas e mais de 30 mil munições.