Eleições 2018

Empresa americana investiga uso indevido de vídeo em campanha de Bolsonaro

18/09/18 - 17h41
Reprodução/Twitter

O banco de imagens Shutterstock afirmou estar investigando o suposto uso indevido em um material divulgado pela campanha do candidato a deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL), no Facebook e Twitter. O filho de Jair Bolsonaro (PSL) publicou um vídeo que mostra uma mulher negra declarando o voto no candidato, mas usuários apontaram semelhança com um vídeo que é vendido no banco de imagens por US$ 79.

“Em 2018, elegerei o próximo presidente do Brasil, um presidente que não aceitará o fato de, por sermos mulheres e negras, devamos nos manter pobres para manter a velha política do voto por esmola. Meu voto é pelo Brasil. Meu voto é Bolsonaro”, diz a narração do vídeo, enquanto o material do Shutterstock aparece no fundo. O vídeo original do banco de imagens não possui áudio.

No entanto, os termos de uso do Shutterstock proíbem o uso de material  em um contexto político, “como a promoção, propaganda ou o endosso de qualquer partido, candidato ou político eleito”. Outra página do serviço afirma que o uso de imagens com “pessoas reconhecíveis” para anúncios políticos é proibido, mas podem estar cobertas com uma licença especial para agências.

Alguns usuários do Twitter questionaram se a campanha do candidato de fato comprou os direitos de uso do vídeo, uma vez que uma barra preta aparece sobre a marca d’água do Shutterstock ao longo de todo o material. Diversas pessoas publicaram o telefone e o contato de suporte do serviço para denunciar um suposto uso indevido.

O Shutterstock afirmou ao Tecnoblog que o setor jurídico da empresa está investigando o caso. “O Shutterstock leva muito a sério o uso indevido de seu conteúdo, e nossa equipe jurídica está atualmente investigando o problema. Por favor, saiba que o Shutterstock tomará as medidas que julgar necessárias, mas não divulgará detalhes sobre ações legais a terceiros”, afirmou a assessoria do serviço.

Na publicação, Eduardo Bolsonaro menciona a página do Facebook Ação Bolsonaro, que também compartilhou o material após o candidato publicá-lo. Em resposta a um comentário que questiona o uso indevido do material, a página afirmou que o vídeo foi comprado “com recursos próprios pelos administradores da página”.

O Tecnoblog também entrou em contato com a assessoria da campanha de Eduardo Bolsonaro para obter uma posição do candidato mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.