Polícia

"Já teria resolvido com as próprias mãos", diz pai de lutador morto há mais de dois meses

08/06/18 - 16h48
Arquivo Pessoal

O pai do lutador Eric Hansen, assassinado em um bar no bairro de Benedito Bentes, em Maceió, continua buscando respostas para a morte brutal que aconteceu no dia 24 de março desse ano. Drauzio Valentim revelou que não há mais esclarecimentos por parte da polícia sobre o crime, que ainda não teve o inquérito concluído.

“A gente fica numa angústia, sem resposta, não é fácil. A família inteira me liga pedindo informações... Já estive três vezes no local onde encontraram o meu filho morto. Se tivesse tentado fazer justiça com as minhas próprias mãos, já teria conseguido resolver. Não sei qual é o problema dessa demora”, contou o pai emocionado.

Segundo Drauzio, câmeras de segurança de um estabelecimento teriam registrado imagens que poderiam ajudar na investigação, mas elas foram perdidas e não chegaram para a polícia. 

“Com certeza há um desinteresse da polícia. No momento que o crime acontece e toma repercussão é feita alguma coisa, mas depois parece que as prioridades mudam”, desabafou o pai. “Meu filho não era um marginal, ele era um dependente químico e estava em tratamento. Nunca fez mal a ninguém, era uma pessoa amorosa. Existe muito preconceito com dependentes químicos”, acrescentou Drauzio.

Ainda de acordo com o pai, a família de Eric acredita que o lutador foi morto por várias pessoas, tendo costelas e todos os dentes quebrados durante o espancamento. Para o pai, a impunidade é um problema grave que tem impulsionado a criminalidade em Alagoas.

“Falar sobre o acontecido não vai trazer o meu filho de volta, mas é um grito. A nossa única arma tem sido a nossa voz”, concluiu.

Recentemente, o caso passou para a responsabilidade do delegado Ronílson Medeiros, que em entrevista à reportagem do TNH1, não apontou suspeitos e contou que ainda aguarda resoluções judiciais para dar seguimento aos procedimentos.

“Ainda não temos uma conclusão do caso. Estamos ouvindo algumas testemunhas e aguardando o laudo pericial do corpo”, contou o delegado.