Maceió

Mãe presa no Vergel usava planta com espinhos para ferir a filha, diz Conselho Tutelar

João Victor Souza | 17/10/19 - 11h39

A criança de 10 anos que foi resgatada pelo Conselho Tutelar nessa quarta-feira, 16, no bairro Vergel do Lago, em Maceió, já foi agredida pela mãe com uma planta cheia de espinhos, além de outros objetos como pedaços de fibra sintética tirados de um berço. A informação foi passada ao TNH1 pelo Conselho Tutelar da região II.

Ana Lúcia da Silva, de 39 anos, foi presa pela Polícia Militar ainda ontem quando estava no trabalho, e foi encaminhada para a delegacia. Lá, ela foi autuada por lesão corporal dolosa, sequestro e cárcere privado, e vai passar por audiência de custódia nesta quinta-feira, 17.

A conselheira tutelar Diva Ribeiro conversou com a reportagem nesta manhã e deu detalhes da denúncia que o órgão recebeu. Segundo ela, duas vizinhas da vítima foram até a escola onde a menina estuda para confirmar as agressões. A criança apresentou lesões nas costas, nos braços e nas pernas. 

“Nós fomos até a escola e constatamos que a garota tinha sido espancada na noite anterior. Ela estava muito machucada. Uma das vizinhas se propôs a ser testemunha. Já levada para a delegacia, a mãe confessou os maus tratos, disse que bateu na criança porque ela furtou dinheiro dela. Mas a menina já vinha sendo espancada há anos, chegava a faltar aulas na escola por isso", explicou Diva Ribeiro.

A conselheira também revelou que a criança era ordenada a cuidar da irmã, uma bebê de 1 ano, e arrumar a casa antes de a mãe chegar do trabalho. Além disso, a vítima era a única que dormia em más condições.

"Ela era colocada em um colchão fino, no chão, sem ventilador. Enquanto os outros irmãos dormiam na cama com a mãe. Ela teria uma raiva dessa criança, porque as outras também apanhavam da mãe, mas não eram maltratadas como a menina”, disse.

Diva Ribeiro também contou à reportagem que no dia em que foi agredida, na terça-feira, 15, a criança foi deixada em casa trancada, sem energia elétrica, até a madrugada de quarta, quando a mãe chegou do trabalho.

“Ela tem quatro irmãos. Um jovem de 20 anos, que mora com a avó, uma adolescente de 16, que mora com a tia, e uma irmã de 14 e a bebê, que moravam com ela e a mãe. O pai mora em São Paulo e não tem contato com eles", destacou.

Ainda de acordo com a conselheira, a criança foi encaminhada ao IML na tarde de ontem e submetida a exame de corpo de delito. Ela também passou por uma consulta com uma psicóloga antes de ser entregue a tia, que vai ficar responsável pela criança a partir de agora.