Brasil

Procura por ações de fabricante de armas dispara após pesquisas eleitorais

Após publicação de novos levantamentos de Ibope e Datafolha, os papéis da companhia Forjas Taurus subiram 79% entre segunda e quinta

VEJA.com | 20/09/18 - 22h45
Arma de fogo | Pixabay

As ações da principal fabricante brasileira de armas, a Forjas Taurus, experimentam uma grande procura nesta semana. Na esteira das pesquisas Ibope e Datafolha, o volume financeiro negociado passou de uma média de 278 mil reais por dia, na última semana, para 2 milhões de reais por dia, nesta. Segundo analistas, o fato de Jair Bolsonaro (PSL) avançar nas últimas pesquisas de intenção de voto impulsionaram a negociação dos papéis da empresa.

O valor das ações da companhia sobe 79% desde segunda-feira. No pregão desta quinta na B3, a bolsa de São Paulo, o papel da Taurus era comercializado a 4,96 reais às 14h. Na sexta-feira, a ação terminou o pregão negociada a 2,78 reais.

“A possibilidade da eleição do Bolsonaro traz para o presente um cenário mais otimista para esse negócio, uma vez que ele é favorável à liberação do porte de armas”, afirma Miguel Daoud, da Global Financial Advisors. “O mercado financeiro não tem preferência. Ele tem amor ao dinheiro. O reflexo é exatamente esse”, diz o economista.

Na terça-feira, a pesquisa Ibope apontou para um crescimento das intenções de voto em Jair Bolsonaro, de 26% para 28%. Na madrugada desta quinta, o Datafolha indicou o mesmo crescimento, de 26% para 28%. Ambas as pesquisas também captaram o aumento das intenções de voto em Fernando Haddad (PT), de 9% para 19% e de 13% para 16%, respectivamente.

“Como a bolsa ficou barata em dólar, especuladores são atraídos para operações rápidas e as pesquisas criam uma volatilidade grande no mercado”, explica Pedro Galdi, analista de investimento da Mirae Asset. “São papéis que sobem em torno de ruídos. Lá atrás eu tinha investidores apostando nesse papel com esse argumento, mas não há fundamento técnico para essa alta”, conclui.

A Taurus é a maior principal fornecedora de armas para as polícias brasileiras. No entanto, nos últimos anos ela conviveu com denúncias de que produzia armamento defeituosos e que colocavam em risco seus usuários.