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Nasa perde contato com jipe Opportunity durante tempestade de poeira em Marte

13/06/18 - 14h23
Reprodução

O jipe Opportunity pode estar enfrentando sua situação mais crítica desde que pousou em Marte, quase 15 anos atrás. Uma tempestade global de poeira se espalha pelo planeta vermelho, e na terça-feira (12) a Nasa confirmou que perdeu contato com o rover.
Presume-se que as condições na região onde o veículo opera, o chamado Vale da Perseverança, se tornaram tão severas que a bateria interna caiu abaixo de 24 volts. Quando isso acontece, o computador de bordo entra num estado operacional de emergência, desligando todos os subsistemas menos um relógio interno.

Com isso, a única tarefa do jipe é se "acordar" de tempos em tempos para checar o nível da bateria, que é recarregada pelos paineis solares -mas só quando há luz solar disponível, o que no momento se torna uma virtual impossibilidade por conta da tempestade de areia.
O fenômeno atmosférico começou em 30 de maio e já recobre um quarto da superfície de Marte. O último contato que o controle da missão teve com o Opportunity foi no último domingo, quando a situação já era crítica.

A Nasa realiza nesta quarta uma teleconferência para detalhar a situação do Opportunity e contar como seus orbitadores em Marte estudam a tempestade e seus efeitos. O maior problema é que o jipe se mantenha sem energia e isso prejudique o aquecimento interno de seus circuitos. No domingo, a temperatura interna era de -29 °C. A tempestade de poeira tende a reduzir a amplitude da variação de temperatura na superfície marciana ao longo do dia, o que é uma boa notícia, mas talvez insuficiente para manter o jipe saudável.

O Opportunity e seu irmão gêmeo Spirit chegaram a Marte em 2004. A missão dos dois originalmente devia durar 90 dias. O Spirit operou até 2010. E o Opportunity, depois de percorrer mais que uma maratona em solo marciano, pode agora estar enfrentando seu ocaso. Além deles, opera atualmente em Marte o jipe Curiosity, que é mais resiliente contra tempestades de areia, por ser alimentado por uma bateria de plutônio, em vez de energia solar.