Economia

Venda de ações da Eletrobras deve começar no primeiro semestre de 2019, diz Marun

16/05/18 - 15h35
Reuters

A venda de ações da Eletrobras deve começar no primeiro semestre do ano que vem, depois de aprovada no Congresso a operação.

O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, estimou esse prazo para a privatização da empresa, dizendo ser isso "uma absoluta necessidade".

Marun falou sobre a estatal, que teve queda de 96% no lucro do primeiro trimestre deste ano em relação ao início do ano passado -R$ 56 milhões ante R$ 1,4 bilhão em 2017-, na saída de um encontro com empresários organizado pelo Lide, grupo ligado ao atual candidato do PSDB ao governo paulista João Doria, num hotel em Nova York.

"Mesmo que tivesse dado lucro considerável, isso não deveria mudar nosso pensamento", disse o ministro. "A Eletrobras tem que ser capitalizada. Estamos propondo que essa capitalização se faça através de investimentos privados, se não teremos de fazer com investimentos públicos."

Mas, segundo Marun, o governo não tem esses recursos, o que significaria um desvio de R$ 15 bilhões de áreas como saúde, educação, segurança e habitação para bancar a operação da distribuidora estatal.

O plano da Eletrobras era vender neste mês as seis distribuidoras de energia que controla nas regiões Norte e Nordeste, mas adiou a venda por causa da prorrogação do prazo de análise da ação no Tribunal de Contas da União. O governo acaba de autorizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social a iniciar processo de contratação de estudos para a venda de ações da Eletrobras, uma das principais bandeiras da administração de Michel Temer para a área econômica.

Sua ideia é vender novas ações a investidores privados, eliminando a posição de controle que a União hoje detém na companhia. Com os recursos obtidos na operação, a Eletrobras poderá pagar para alterar o regime de venda de energia por suas hidrelétricas.