Morreu na madrugada desta terça-feira (27) Sebastião Pereira dos Santos, pai do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, assassinado em 2004. Ele foi símbolo da luta pela condenação do ex-cabo Luiz Pedro, acusado de ser o mandante do crime, com a participação de mais cinco pessoas.
Seu Sebastião, como ficou conhecido, lutava contra uma cirrose hepática contraída em 2007. Segundo o filho dele, Carlos André Rocha Santos, o pai iniciou o tratamento, mas decidiu abandoná-lo para poder acompanhar a trajetória do processo relativo à morte de Carlos Roberto.
“Meu pai lutou muito. A decisão dele de abandonar o tratamento se deu porque ele seria submetido a uma quimioterapia, o que o deixaria muito debilitado e sem condição de acompanhar as audiências na Justiça. Mesmo contrariando os médicos, meu pai decidiu não fazer o tratamento”, contou.
Seu Sebastião estava internado há 29 dias no Hospital Sanatório e, na terça-feira (20), o quadro de saúde apresentou uma piora e ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta madrugada, ele apresentou uma piora e não resistiu.
O velório está marcado para ocorrer ainda na manhã de hoje e o sepultamento está previsto para as 16h, no cemitério Memorial Parque Maceió, no Benedito Bentes, parte alta de Maceió.
O caso
De acordo com os autos, na madrugada de 12 de agosto de 2004, Carlos Roberto estava em casa, no bairro Clima Bom, na companhia da esposa, quando quatro homens invadiram o local e o sequestraram. Foram efetuados diversos disparos contra a vítima, que não resistiu aos ferimentos.
Segundo o MP/AL, a morte do servente de pedreiro ocorreu porque ele não teria se dobrado às arbitrariedades e caprichos do grupo que dominava a região. Os quatro homens que foram denunciados como autores materiais do crime foram Adézio Rodrigues Nogueira, Laércio Pereira de Barros, Naélson Osmar Vasconcelos de Melo e Leoni Lima. Os réus já foram julgados e condenados em dezembro de 2008.
Já o réu Rogério de Menezes, que, de acordo com o Ministério Público, integrava “de forma estável e permanente” a quadrilha, nutria sentimento de represália contra a vítima, o que teria contribuído para a execução do crime.
O ex-cabo e ex-deputado Luiz Pedro foi apontado como mandante do assassinato e seria o líder do grupo.
Julgamentos
Mesmo condenado, Luiz Pedro não saiu preso do Fórum. Ele aguarda em liberdade até que o processo esteja transitado em julgado, ou seja, quando não houver mais como recorrer. Na oportunidade, ele saiu alterado do Tribunal do Segundo Júri e não escondeu a sua irritação com a sentença proferida pelo juiz John Silas. "Só me colocam como condenado", reclamou.
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Rogério de Menezes Vasconcelos, acusado do sequestro do servente de pedreiro, foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, em 2016.
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