Alagoas

MPE detalha operação no Sertão de AL: "Valor desviado daria para comprar 130 carros populares"

12/04/18 - 14h19
Arquivo TNH1

Em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (12), representantes do Ministério Público Estadual (MPE) explicaram os detalhes sobre a investigação que terminou com a prisão de seis pessoas supostamente envolvidas em uma organização criminosa acusada de fraudes em licitação e desvios do dinheiro público no município de Mata Grande, no Sertão de Alagoas. Segundo o órgão, o valor desviado poderia resultar na compra de 130 carros populares pela prefeitura.

O procurador-geral de Justiça do MPE, Alfredo Gaspar de Mendonça, destacou que os gestores que desejam "meter a mão" no dinheiro da população vão enfrentar problemas, pois os mecanismos de investigação do MPE estão avançados.

"Nós estamos cansados de ver um estado tão sofrido como Alagoas ainda ser penalizado por pessoas que não respeitam o voto democrático do povo. Os promotores que aqui estão têm total autonomia do MPE para realizar uma verificação onde for necessário", disse.

Gaspar de Mendonça ainda relatou que o ex-prefeito da cidade de Mata Grande, Jacob Brandão, e o irmão dele, Júlio, seguem foragidos. "Eles estão foragidos, mas vamos achá-los. Nós não temos dúvida sobre isso", acrescentou.

O coordenador do Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), antigo Gecoc, promotor de Justiça Antônio Luiz dos Santos, afirmou que o órgão fez uma apuração sobre locação de veículos, aquisição de medicamentos com empresas que não receberam remédios, obras superfaturadas, e estruturas para eventos, como exemplo, palco, sons e iluminação.

As cidades investigadas pelo MPE foram: Água Branca, Pão de Açúcar, Ouro Branco, Poço das Trincheiras, Maravilha, Girau do Ponciano, e Mata Grande. Porém, no último município, apenas uma ação desviou R$ 12 milhões. Ainda de acordo com o promotor de Justiça, o montante do dinheiro desviado daria para a prefeitura adquirir 130 carros populares, 40 vans das mais modernas ou 20 caminhões de lixo.

Prisões

A operação, chamada Ánomos, foi desencadeada na última quarta (11), pelo Gaeco. As prisões preventivas foram expedidas em desfavor do ex-prefeito de Mata Grande, Jacob Brandão, Daniel Cunha Ramos, que é cunhado de Jacob, Max Davi Moura Rodrigues, Clériston Marinho Buarque, Carlos Henrique Lisboa da Silva, Antônio José Bento de Melo, Euzébio Vieira de França Neto e Petrúcio José da Silva Filho.

Já as prisões temporárias foram para Eustáquio Chaves da Silva, ex-diretor executivo da Câmara de Vereadores de Mata Grande, Emernegildo Ramalho Mota, que é controlador da empresa Transloc, Genilda Gomes Lima, ligada a Ômega Locação, e Victor Pontes de Mendonça Melo, controlador da empresa Albatroz, este último preso pela terceira vez em fraude de licitação.

Assista à coletiva na íntegra: