Alagoas

Pelo menos 240 detentos são transferidos do Baldomero para novo presídio

Sindapen afirma não ter agentes suficientes para garantir segurança de novo cárcere

15/01/17 - 14h14
Cortesia ao TNH1

O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) confirmou que parte da população carcerária que cumpre pena em Alagoas está sendo remanejada entre as unidades do complexo prisional neste domingo (15), na tentativa de evitar novas mortes dentro do sistema prisional no Estado.

Presos do Presídio de Segurança Máxima em Girau do Ponciano, no Agreste do Estado, também estão sendo transferidos de módulos, dentro da mesma unidade, o que aponta para a movimentação de 600 presos dentro do sistema alagoano. Cerca de 500 deles ficarão no novo presídio.

Segundo informações de Kleyton Anderson, presidente do Sindapen, todos os 240 presos do módulo I do Baldomero Cavalcanti, que pertence a uma determinada facção criminosa, estão sendo transferidos para um novo complexo de cárceres, que passava por reestruturação há dois anos, em Maceió. “Esse presídio é grande, comporta até 800 detentos. Seriam necessários pelo menos 50 agentes penitenciários por dia para garantir a segurança”, disse Kleyton.

As remoções estão sendo feitas pelo Grupo de escolta, remoção e intervenção tática (Gerit / Cop), com o apoio de duas guarnições do Corpo de Bombeiros, que estão no local para dar apoio médico, caso seja necessário. No Agreste, policiais do Pelopes do 3º BPM apoiam revista após visitação, tendo apoio do Falcão IV.

A maior preocupação dos agentes penitenciários no momento é como irá ocorrer a segurança dos reeducandos daqui para a frente. “Não temos servidores sequer para cuidar do que já existe, imagine dar conta de um novo presídio”, lamentou o presidente do Sindapen.

“É preciso acatar a decisão da Justiça e fazer o concurso para contratação efetiva de 550 novos agentes, conforme foi determinado. Agora não sabemos como irá funcionar esse presídio. São vidas de trabalhadores que estão em jogo”, acrescentou.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) confirmou que as remoções podem estar ocorrendo, mas não confirmou o número de presos que foram transferidos entre as unidades de Maceió.

Armas foram apreendidas em varredura no Cyridião (Cortesia ao TNH1)

A assessoria confirmou ainda que o Presídio de Girau do Ponciano também passa por uma operação e que presos podem estar sendo realocados nos módulos do local, mas ainda assim, reafirma que se trata de uma operação de varredura, onde se busca armas, celulares e ilícitos nas unidades prisionais.

Ele afirmou que essas transferências pontuais devem minimizar os riscos de que massacres como os ocorridos nos estados do Amazonas e Roraima, onde quase 100 presos foram mortos de forma brutal numa disputa entre facções criminosas dentro de presídios.