A Corregedoria da Polícia Militar determinou a prisão em flagrante de dois policiais envolvidos na morte de uma turista na Rocinha, na zona sul do Rio, nesta segunda-feira (23).
Um oficial e um soldado foram encaminhados para Unidade Prisional da PM, em Niterói. Os nomes dos agentes não foram divulgados.
De acordo com as primeiras informações, o tenente foi o responsável pelo disparo que atingiu Maria Esperanza Ruiz Jimenes, de 67 anos, no pescoço.
Em nota, a PM informou caberá ao Ministério Público Militar do Estado Rio definir o rumo da investigação.
O texto ainda esclarece que os agentes não agiram como recomenda o Manual de Abordagem.
"O referido manual determina que, em casos como o que ocorreu nesta data, os policiais não devem efetuar disparos, mas sim perseguir o veículo que não obedeceu à ordem de parar e bloquear sua passagem assim que for possível. A razão pela qual o procedimento não foi cumprido é também objeto da investigação em curso".
Em paralelo, outra investigação é feita pela Polícia Civil. O caso está a cargo da DH (Divisão de Homicídios), que conta com o apoio da Deat (Delegacia de Apoio ao Turista).
Morte de turista
Segundo os investigadores, Maria Esperanza estava em um carro de uma agência de turismo acompanhada do irmão, da cunhada, de um motorista italiano, que mora há quatro anos no Brasil, e uma guia brasileira.
O veículo em que o grupo estava foi alvejado por PMs quando passava pela estrada da Gávea, via que corta a comunidade.
De acordo com informações do Batalhão de Choque, os policiais dispararam depois que o veículo não obedeceu à ordem de parada e furou a blitz. Após a abordagem, os agentes perceberam que se tratava de um carro de turistas.
No entanto, o motorista afirmou em depoimento à Polícia Civil que não viu o bloqueio policial. Parentes da turista também já foram ouvidos e deram mesma a versão. Mas um balconista de uma farmácia, que fica em frente ao local onde a mulher foi baleada, disse que viu os policiais mandarem o veículo parar.
O carro atingido pelo disparo já passou por uma perícia.
Insegurança na Rocinha
Há mais de um mês, a Rocinha vive um clima de insegurança com registros de tiroteios quase que diariamente. Nesta segunda, dois policiais e um suspeito ficaram feridos em uma troca de tiros.
A guerra entre o tráfico teve início no dia 17 de setembro, depois que ocorreu um racha na facção que controlava o ponto de venda de drogas na região.
