Brasil

Mercado já discute mudança de comando na JBS

Prisão de Wesley não implica ainda em afastamento da presidência da empresa, mas sucessão já começa a ser cogitada

13/09/17 - 10h47
Reprodução

O comando da JBS, que já estava abalado por um pedido feito pelo BNDES de afastamento da família Batista, está agora ainda mais envolto em especulações com a prisão preventiva de Wesley Batista, que comanda a empresa desde 2011.  A empresa ainda não se pronunciou sobre qualquer alteração em seu cargo administrativo na manhã desta quarta-feira e disse que não vai comentar o assunto. A medida cautelar em relação ao empresário não implica diretamente em seu afastamento da função e ele pode ainda permanecer no cargo. No entanto, o mercado já especula o que pode acontecer com a principal cadeira da maior empresa de carnes do mundo nos próximos dias.

Uma das possibilidades levantadas seria o repeteco do que aconteceu em setembro do ano passado, quando Wesley deixou a presidência por poucos dias, após a determinação da Justiça Federal que o afastou e também a seu irmão Joesley do comando de quaisquer empresas, na sequência da Operação Greenfield. Naquele afastamento, quem assumiu a presidência foi José Batista Júnior, conhecido no mercado como Júnior Friboi, irmão mais velho de Wesley e Joesley. No entanto, fontes afirmam que essa é uma opção mais remota, para não envolver ainda mais o nome da família.

Uma outra aposta é a promoção de Gilberto Tomazoni, que ocupa hoje a função de presidente global de operações da JBS. Tomazoni tem passagem pela BRF, Bunge e pela própria americana Pilgrim"s Pride, controlada pela JBS. Ele é um executivo de confiança da família Batista e já foi indicado como CEO da JBS Food International.

O nome de Gilberto Xandó também é citado nesta manhã. Xandó era diretor presidente da Vigor e foi nomeado em junho para o conselho de administração da JBS, no lugar de Joesley Batista. Ele já passou por Natura e Sadia.

A JBS enviou comunicado ao mercado confirmando a prisão de seu presidente, Wesley Batista, sem mais detalhes. De acordo com o fato relevante, a empresa tomou conhecimento da detenção do executivo, mas "ainda não teve acesso à integra dessa decisão e manterá seus acionistas e o mercado devidamente informados acerca de tal tema". O advogado do empresário Pierpaolo Bottini disse que é "injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos".

A prisão de Wesley provoca um abalo na JBS em um momento delicado para companhia. Era ele quem vinha gerenciando o plano de desinvestimento, com a venda de ativos como a Vigor e a Moy Park. Seu trabalho é elogiado entre os executivos da empresa.