Brasil

MPF diz que políticos recebiam entre R$ 30 mil e R$ 300 mil de mesada

30/03/17 - 17h25

A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba divulgou nesta quinta-feira (30) que ajuizou no último dia 22,  ação civil pública por improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP) em decorrência de desvios ocorridos na Petrobras.  Na ação também foram citados o ex-assessor parlamentar João Claudio Genu, e 10 políticos (confira lista no final). Entre os políticos estão quatro ex-deputados e seis parlamentares com mandato. 

De acordo com a ação do MPF, os citados recebiam entre R$ 30 mil e R$ 300 mil de mesada.

Em nota, o Partido Progressista negou a acusação, afirmando que as doações recebidas foram legais e devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Nesta ação de improbidade administrativa, o Ministério Público Federal pede que o PP e o  grupo de liderançasejam condenados: ao ressarcimento ao erário no valor total de  R$ 460.636.517,60, equivalente à propina paga ao  PP, a seus integrantes e a terceiros a partir do esquema de corrupção estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobras; ao pagamento de multa civil na quantia de  R$ 1.381.909.552,80; e ao pagamento de danos morais coletivos em montante não inferior a  R$ 460.636.517,60. O valor pedido totaliza  R$ 2.303.182.588,00..

Efeitos do esquema

As evidências colhidas ao longo da investigação apontam que o dinheiro ilícito da corrupção da Petrobras foi empregado para o enriquecimento ilícito dos participantes e para financiar campanhas eleitorais. Neste último aspecto, a corrução, além dos seus efeitos perniciosos mais usuais, atenta contra a legitimidade do processo democrático, por desequilibrar artificialmente as disputas eleitorais. Candidatos que recebem recursos oriundos da corrupção passam a ter vantagens competitivas em relação aos demais.

Para fins comparativos, o Ministério Público Federal expõe na petição inicial que as propinas arrecadadas diretamente pelo PP e seus integrantes a partir do esquema criminoso, de 2004 a 2014, chegaram ao menos a  R$ 296.373.910,56 – (60% dos  R$ 410.656.517,60, somados a  R$ 49.980.000,00). No mesmo período, a agremiação recebeu o valor de  R$ 179.790.284,80 via fundo partidário. 

Políticos citados:

Pedro Corrêa (PP-PE)

Pedro Henry (PP-MT)

João Pizzolatti (PP-SC)

Mário Negromonte (PP-BA)

Nelson Meurer (PP-PR)

Mário Negromonte Júnior (PP-BA)

Arthur Lira (PP-AL)

Otávio Germano (PP-RS)

Luiz Fernando Faria (PP-MG) 

Roberto Britto (PP-BA)