Brasil

Universitária foi morta em briga por causa de um celular

25/12/17 - 22h00

A estudante de pedagogia Remís Carla da Costa, de 24 anos, foi morta por asfixia causada por esganamento, informou a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), na manhã deste domingo. O motivo da briga do casal girou em torno de um celular. Em depoimento, o ajudante de pedreiro Paulo César de Oliveira Silva, de 25 anos, confessou o crime com riqueza de detalhes. Ele vai responder pelos crimes de ocultação de cadáver e feminicídio. 

Na primeira versão, Paulo César contou que ao final da discussão Remís partiu para a casa da mãe em Igarassu. Após confessar o crime, ele explicou que durante a discussão, que girou em torno de um celular, ele a esganou, provocando a morte da estudante.

"Durante a discussão, ele colocou a mão esquerda na boca dela, para não fazer barulho, e com a direita ele terminou por esganá-la. O celular era dele e ela almejava levar o aparelho, porque ele havia quebrado o smatphone dela no dia 22 de novembro. No dia 17 de dezembro, eles se encontraram e ela disse que iria levar consigo o aparelho. Isso culminou em uma discussão, na luta corporal e no feminicídio", informou o delegado Élder Tavares, titular da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa. Paulo César confessou que fez uso de cocaína e maconha momentos antes do crime. 

De acordo com a chefe da Polícia Científica, Sandra Santos, a perícia realizou um trabalho de busca de sinais de violência, embora o corpo estivesse em avançado estado de decomposição. "Existe sinais da esganadura, mas não havia sinais de violência sexual, nem vestígios de sangue", informou.  

A estudante havia prestado queixa de agressão na Delegacia da Mulher no dia 23 de novembro, para registrar a lesão corporal e ameaça, ocorrida no dia anterior. Em 48h, a polícia solicitou uma medida de afastamento. No dia 6 de dezembro, a vítima foi notificada. A Justiça tentou notificar o agressor por duas vezes, mas não conseguiu. "E, infelizmente, no dia 15 ele entrou em contato com ela e atraiu a vítima para a morte", explicou o chefe da polícia civil, Joselito Kehrle.

A família da estudante acredita que houve negligência do estado em relação à denúncia de agressão. De acordo com relato de amigos da vítima, um médico do Instituto de Medicina Legal (IML) teria questionado se o ferimento havia sido produzido pela própria Remís por uma caneta. "Ela trouxe a informação e nomes das testemunhas, que não compareceram para depor. É importante que as mulheres ao denunciarem e relatarem testemunhas façam com que elas compareçam. Esse inquérito foi prejudicado porque as testemunhas não compareceram".

Prisão

A equipe do DHPP encontrou o Paulo César escondido em uma serra na cidade de Vicência, Zona da Mata do estado. Ele confessou o crime com riqueza de detalhes. "Às 16h, a partir da briga, ele matou a vítima. Por volta de 1h da manhã do dia 18 ele ocultou o corpo próximo de sua residência", explicou o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle. 

Paulo César vai passar por um exame traumatológico pois sua mão apresenta mordeduras, possivelmente feitas pela vítima na tentativa de se defender. "Ele consegue esganar a vítima com uma mão e abafar o som com a outra. Ele tenta esganar e ela começa a gritar. As lesões ainda estão aparentes. Ele será enviado para audiência de custódia", completou.