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Verdades e boatos: o que se sabe da investigação da morte de Teori

23/01/17 - 21h59
Reprodução

Então relator dos processos relativos à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki morreu na última quinta-feira (19), vítima de um acidente com um avião em Paraty (RJ).

Desde então, a Aeronáutica, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) tem investigado as causas da queda. Nesse meio tempo, também surgiram boatos diversos sobre o caso.

Confira o que já se sabe sobre a morte de Teori:

1. Gravações

A Força Aérea Brasileira (FAB) extraiu todo o conteúdo do gravador de voz da aeronave. A gravação está totalmente preservada e irá passar por um tratamento para retirar ruídos. Em seguida, irá para análise de peritos.

O equipamento registra diálogos do piloto na cabine do avião com outros passageiros ou com o controle de tráfego aéreo, nos últimos 30 minutos do voo.

2. O voo

A região de Paraty foi atingida por uma forte tempestade na noite de quarta (18). Chovia bastante no momento do acidente, segundo imagens de radar.

O bimotor King Air C-90, de fabricação americana com prefixo PR-SOM, saiu do Campo de Marte, em São Paulo, às 13h01.

De acordo com a Infraero, a queda ocorreu por volta das 13h45, quando a aeronave estava a 4 km de distância da pista do aeroporto da cidade fluminense.

O piloto,Osmar Rodrigues, de 56 anos, era conhecido por ser cuidadoso e chegou a dar palestra para outros pilotos sobre como fazer a rota São Paulo-Paraty.

3. Fotos do avião

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a documentação da aeronave estava regular, com inspeção da manutenção válida até abril de 2017.

O site Jet Photos, banco de imagem de aeronaves, indica que uma foto do modelo King Air C90 foi acessada quase duas mil vezes no início de janeiro, número superior à média dos dias anteriores. O site não indica deslocamentos da aeronave.

A FlighRadar24, empresa dona do JetPhotos.net, disse ao G1 que o número elevado de acessos pode ter sido causado por uma falha no contador de visualizações.

4. A região

A região já foi cenário de outros acidentes. O caso de maior repercussão no litoral sul do Estado do Rio foi em 1992, quando o helicóptero que transportava o deputado Ulysses Guimarães caiu no mar próximo a Angra dos Reis.

Em 2001, próximo a Maresias, no litoral norte paulista, caiu o helicóptero que transportava o empresário João Paulo Diniz, do grupo Pão de Açúcar. No mesmo ano, o cantor e compositor Herbert Vianna também foi vítima de um acidente próxima a Angra dos Reis.

Já em 2014, o candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, morreu quando o avião em que viajava caiu em Santos, no litoral de São Paulo.

5. Ameaças

Em maio de 2016, o filho de Teori, Francisco Prehn Zavascki, escreveu em seu perfil no Facebook que havia "movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato".

Em entrevista ao Fantástico divulgada neste domingo (22), Francisco afirmou que o pai recebia ameaças constantes e pediu a abertura de inquérito da Polícia Federal para investigar os casos.

Um dia após o acidente, o filho do ministro disse ainda que "seria muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado".

6. Sargento

Uma mensagem compartilhada no Whatsapp diz que um suposto sargento teria orientado o piloto do avião, em conversa por rádio, a descer a uma altura não recomendável que teria causado o acidente.

A Aeronáutica desmentiu a informação. "Não existe militar com esse nome na equipe de serviço responsável por aquela área de controle, nem havia qualquer comunicação com o piloto da aeronave matrícula PR-SOM durante a aproximação para o pouso em Paraty, porque o aeródromo não possui órgão de controle de tráfego aéreo”, disse o órgão, em nota.