Futebol

Relembre: CRB é tricampeão alagoano e garante permanência na Série B

31/12/17 - 08h00
Pei Fon / Portal TNH1

A temporada de 2017 marcou a 30ª conquista estadual na história do Clube de Regatas Brasil. O Galo bateu o maior rival mais uma vez na final e consagrou o tão esperado tricampeonato. O feito impressiona mais ainda quando se observa os últimos anos: de 2012 para cá, o CRB esteve em todas as finais do Campeonato Alagoano e só não levantou a taça em 2014. 

O TNH1 selecionou alguns dos destaques do Regatas no ano e apresenta a retrospectiva do Galo em 2017. 

Roupa nova

A torcida do CRB começou o mês de janeiro conhecendo a nova linha de uniformes, assinada pela Rínat. Mantendo a tradição das últimas edições, o clube organizou uma bela festa em uma casa de show e disponibilizou para os torcedores a terceira camisa. Padronizado com a linha completa de material esportivo, o Regatas estava pronto para iniciar a temporada.


Festa regatiana para conhecer os novos uniformes da temporada (Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)

Copa do Brasil: Altos no caminho

O pouco tempo de pré-temporada dificultou a vida do técnico Léo Condé na montagem da equipe. Enquanto estreava na Copa do Nordeste e no Campeonato Alagoano, o treinador tinha a missão de passar pelo Altos, do Piauí, na primeira fase da Copa do Brasil.

O novo regulamento da competição dava aos alagoanos a vantagem do empate no jogo único, disputado em Teresina. Com gols de Joélson e Uilliam, o Altos derrotou o Galo por 2 a 0 e se classificou. O zagueiro Gabriel ainda foi expulso no segundo tempo do jogo. 

Copa do Nordeste: queda na fase de grupos

Pressionado por resultados, o CRB via no Nordestão a possibilidade de alçar voos maiores. Era uma das principais ambições no primeiro semestre. Favorito no Grupo D, o Regatas estreou com empate sem gols com o Itabaiana em Sergipe.


Sérgio Mota marcou no clássico e foi comemorar com a torcida (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

No primeiro Clássico das Multidões no ano, Condé surpreendeu escalando a trinca de volantes com Danilo Pires avançado e colheu os frutos. Danilo e Sérgio Mota marcaram ainda no primeiro tempo e Alex Henrique descontou na etapa final. Ao término do jogo, festa regatiana no Trapichão

O Galo empatou em 0 a 0 com o ABC em Natal na rodada seguinte e depois derrotou o Alvinegro por 2 a 0 no Rei Pelé. Tudo estava bem encaminhado até o segundo clássico, quando perdeu com um gol aos 45" do segundo tempo.

A pressão pela vitória diante do Itabaiana cresceu, somada à eliminação precoce na Copa do Brasil. No Rei Pelé, os sergipanos fecharam a porta, seguraram o empate e garantiram a classificação


Goleiro Genivaldo segurou o Galo no Nordestão (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Campeonato Alagoano: clássicos sem público e decisão de torcida única

Paralelo às competições em andamento, o CRB ainda lidava com outro problema. Punidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa da briga generalizada no gramado do Rei Pelé em 2016, CRB e CSA começaram o Estadual deste ano jogando longe da capital, mas com a presença da torcida.

Ambos os clubes chegaram a acionar a justiça comum e tiveram a atenção imediata do STJD. O Tribunal suspendeu a competição e convocou os clubes e a Federação Alagoana de Futebol para cobrar explicações.

O STJD aumentou a suspensão dos times e também a multa. A punição resultou no primeiro Clássico das Multidões com portões fechados. 

Com os entraves jurídicos em pauta, cresceu a pressão por soluções para diminuir a violência em dia de clássico. As autoridades do Estado, clubes, Ministério Público e Federação se reuniram e decidiram por clássicos com apenas a torcida do time mandante. CSA e CRB decidiram o Campeonato Alagoano em jogos de torcida única, fato inédito no futebol local. 

Tricampeão!

O investimento no plantel e o baixo rendimento em campo colocaram um limite para jogadores e técnico: o Alagoano tinha que ser conquistado. A torcida abraçou a causa e entendeu que podia ajudar a alcançar o objetivo. Após tirar o Murici na semifinal, o Galo reencontrou o CSA na segunda final consecutiva.


Neto Baiano marcou o gol da vitória na primeira final (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

O primeiro mando de campo era dos regatianos. Pesou a experiência de peças importantes, como Juliano, Flávio Boaventura e Diego, e brilhou a estrela de Neto Baiano. O atacante marcou o único gol da primeira final

Na decisão, com mando dos azulinos, o CRB não deu chances. Adalbertou abriu o placar e Celsinho empatou em seguida. Só que o veloz Maílson recolocou o Alvirrubro na frente pouco depois. Cirúrgico, o Regatas não perdoou.

Neto Baiano fez valer a "previsão musical" da torcida, marcou um golaço e anotou o terceiro gol. Daniel Costa ainda diminuiu de falta, só que o jogo era vermelho e branco. Ao apito final, o CRB soltou o grito de tricampeão diante de um Rei Pelé em silêncio


Festa do Galo: Tricampeonato Alagoano (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Mercado

Após o Campeonato Alagoano, a diretoria regatiana iniciou algumas mudanças no elenco. O CRB liberou o meia Sérgio Mota e o centroavante Elias. Em contrapartida, o goleiro Edson Kölln, os meias Elvis e Rodolfo, e os atacantes Ytalo e Erick Salles chegaram no CT Ninho do Galo. O artilheiro Zé Carlos também retornou ao clube. 

Sequência negativa derruba Condé

Com duas vitórias em sete jogos, Léo Condé não suportou as quatro derrotas seguidas para Oeste, Brasil-RS, Criciúma e Vila Nova, e foi demitido. O técnico da base, Jean Carlos, assumiu interinamente contra o Londrina, mas sem sucesso. A quinta derrota deixou o CRB com sete pontos, na 19ª posição. 


Léo Condé conquistou o Alagoano, mas saiu na Série B (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Arrancada com Dado Cavalcanti

Para encerrar a má fase, o CRB anunciou o técnico Dado Cavalcanti. O treinador estreou contra o ABC em Natal, trocou Juliano por Edson Kölln, mexeu no time e venceu por 3 a 1. Começava ali a reação do Galo na Série B.


Zé Carlos marcou um dos gols da vitória no Frasqueirão (Foto: Andrei Torres / ABC)

O CRB engatou uma sequência de oito jogos invicto, sendo cinco vitórias e três empates, com destaque para a grande vitória sobre o Internacional no Rei Pelé, que levou o Galo a entrar no G-4 da Segundona. 


Dado Cavalcanti no jogo contra o Inter (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Em meio à boa fase, o Regatas perdeu o atacante Maílson e contratou o volante Rodrigo Souza e o meia Tony. Apesar das mudanças no elenco, a arrancada passou por oscilações e queda de rendimento em campo. As críticas ao time aumentaram, mas o CRB se mantinha entre o meio e a parte de cima da tabela. 


Destaque no primeiro semestre, Maílson deixou o Galo em julho (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Zé Carlos x Bill: cenas lamentáveis no Trapichão

No dia 4 de agosto, o CRB venceu o líder América-MG por 2 a 1, com dois gols de Chico. O brilho da vitória foi ofuscado pela briga entre os atacantes Zé Carlos e Bill. Ambos discutiram em campo e foram expulsos.


Bill e Zé Carlos brigaram no Rei Pelé (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Na pista atlética do Rei Pelé, um partiu para cima do outro e protagonizaram a briga que ganhou as manchetes esportivas do país em minutos. O STJD não deixou barato e puniu os atletas. Pouco tempo depois o próprio Tribunal diminuiu a punição. 

Diretoria troca Dado por Mazola

A sequência negativa que derrubou Léo Condé no primeiro turno também tirou Dado do comando. Após perder para o Oeste e o Brasil-RS, o treinador foi demitido pela direção. A torcida criticou a decisão e o técnico mostrou surpresa e insatisfação com a demissão. Dado deixou o clube na 13ª colocação, com 32 pontos. 


Mazola substitui Dado e inicia segunda passagem pelo CRB (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Mazola Júnior foi anunciado para comandar a equipe no restante da competição. O treinador ressaltou que o elenco estava entre os melhores da Série B, mas a reação não aconteceu de imediato. As cinco derrotas seguidas do primeiro turno se repetiram e o alerta da zona do rebaixamento acendeu. 

Torcida empurra e ajuda na permanência da Série B

Os problemas extra-campo pipocaram, os resultados positivos demoraram a acontecer e a torcida perdeu a paciência. Os torcedores se mobilizaram e iniciaram protestos no aeroporto e nas redes sociais. Muito criticada, a diretoria tentou responder e chegou até a anunciar multas a jogadores


Torcida do CRB protesta em desembarque do time no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares (Foto: Reprodução)

A volta de Olívio após um ano de suspensão por doping e o trabalho especial no retorno de Zé Carlos nos últimos jogos em casa foram fundamentais.

Os regatianos compraram a briga e compareceram em peso nas partidas finais do Rei Pelé. As vitórias em casa sobre Juventude e Goiás afastaram o Galo do Z-4, mas o alívio só veio na penúltima rodada, quando ficou confirmada a permanência do CRB na Série B


Fundamental nas arquibancadas, torcida do Galo esteve com o time na luta pela permanência na Série B (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Gancho pesado

Suspenso por doping, o volante Olívio ficou um ano parado. O jogador reforçou o time em um momento decisivo e mostrou a qualidade de sempre em campo.

O recurso da World Anti-Doping Agency - WADA (Agência Mundial Antidoping) foi julgado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) em 25 de setembro, em Lausanne, na Suíça.


Olívio pegou gancho ainda maior no CAS (Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)

O resultado, no entanto, só saiu dia 12 de dezembro, quando o clube emitiu nota oficial informando que a pena de Olívio aumentou de um para quatro anos. O presidente do CRB, Marcos Barbosa, se mostrou revoltado com a decisão e prometeu empregar o atleta na comissão técnica. 

Investimento alto para 2018

O perrengue no segundo turno do Campeonato Brasileiro e as fortes críticas da torcida fizeram com que a direção regatiana mudasse o planejamento para a próxima temporada. Com Mazola Jr. confirmado à frente do time, o departamento de futebol renovou com apenas seis atletas

Mazola priorizou e pediu a contratação de atletas "saudáveis". O CRB investiu e contratou 17 jogadores, credenciados por passagens em clubes tradicionais do futebol brasileiro. 

Marcos Barbosa caminha para o último ano de mandato no CRB. Por estatuto, o presidente não pode ser reeleito. Além de novidades na fisiologia e preparação física do clube, Barbosa prometeu uma investida mais forte na Copa do Nordeste e a luta pela tetracampeonato Alagoano em 2018.


(Foto: Pei Fon / Portal TNH1)