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Medicação antigripal em excesso pode prejudicar coração; entenda

22/10/16 - 10h18
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Tempo frio, lugares fechados e sem ventilação favorecem a circulação dos vírus que desencadeiam doenças respiratórias comuns no inverno, como gripe, resfriado e rinite. Para aliviar os sintomas incômodos destes problemas é costume recorrer aos remédios antigripais. Nessa época do ano, o consumo deste tipo de medicação é muito maior.

Mas se por um lado estes remédios ajudam a amenizar os sintomas típicos das doenças respiratórias, por outro trazem riscos para pessoas que apresentam algum tipo de cardiopatia. “Normalmente estes remédios liberam epinefrina, substância que funciona como estimulador cardíaco e pode aumentar a frequência dos batimentos e elevar a pressão arterial”, explica o cardiologista Marcelo Sampaio.

Esse quadro é especialmente perigoso para pacientes hipertensos, pessoas com angina ou outros problemas coronários. No entanto, o cardiologista esclarece que o problema está na dosagem. “Esses remédios não são contraindicados, mas não devem ser usados inadvertidamente”. Em pessoas que não apresentam problemas cardiovasculares, podem provocar palpitações.

Segundo ele, um erro comum é prolongar o uso da medicação na esperança de que irá sanar a doença. “O remédio de gripe deve ser usado somente no começo, para cortar o sintoma. Ele não mata o vírus”. O período de uso recomendado é de 48 horas. Outro entendimento equivocado e bastante comum é de que antigripais previnem a doença. De acordo com o médico, a única forma de prevenção é através da vacina. “Todo paciente coronário deve tomar a vacina antigripal”, orienta o cardiologista.

Pesquisadores canadenses descobriram que a vacina pode reduzir o risco de um ataque cardíaco em 50% e de mortes cardíacas em até 40%. No Brasil, adultos e crianças com problemas pulmonares e cardíacos fazem parte do chamado grupo prioritário da vacinação contra gripe e a recebem gratuitamente. O prazo para a vacinação gratuita no SUS terminou em maio.