Na tarde desta sexta-feira (17), o conselheiro tutelar da 2ª região de Maceió, Luís Carlos, disse à reportagem do TNH1 que são contraditórias as versões contadas pelas crianças de nove e 12 anos, que foram encontradas em Arapiraca, agreste de Alagoas, quase uma semana após desaparecerem de suas casas, no bairro da Levada, em Maceió, no dia 8 deste mês.
O conselheiro explicou que as crianças foram ouvidas por uma equipe multidisciplinar de psicólogos, que constatou que o caso todo não passou de uma mentira.
“Eles não sofrem retaliações graves em casa. Não foi observada nenhuma marca de agressão no corpo dos meninos e, se eles fossem agredidos ou explorados, os vizinhos tinham aproveitado a repercussão do caso para denunciar”, disse o conselheiro.
“Os pais são trabalhadores; a mãe é empregada doméstica e o pai cata material reciclável nas ruas”, completou.
O que realmente aconteceu:
Segundo o conselheiro Luís Carlos, as crianças se contradiziam a todo instante, durante os depoimentos, mas a equipe multidisciplinar conseguiu enxergar como se desenvolveu e qual foi o desfecho da saga dos garotos.
“A irmã chamou o menino para ir a Arapiraca. Eles andaram a pé de Maceió até a Praia do Francês, onde foram atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Lá, a equipe acionou o conselho tutelar da região, que encaminhou as crianças até Arapiraca, pois foi onde eles disseram que moravam. O conselho da região não encontrou nenhum parente das crianças na cidade e o encaminharam de volta para Maceió, quando foram ouvidos pelos psicólogos”, explicou o conselheiro tutelar, Luís Carlos.
Na próxima segunda-feira (20), o Conselho Tutelar da 2ª região de Maceió vai elaborar um relatório para encaminhar à juíza da vara da Infância e da Adolescência, Fátima Pirauá, e ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas/AL) que poderá fazer um acompanhamento domiciliar na casa da família.
As crianças se encontram com os pais, na residência localizada no bairro da Levada, parte baixa de Maceió.
