Justiça

Justiça autoriza reprodução simulada para esclarecer morte de capitão da PM

23/08/16 - 10h49
Acervo Pessoal

A Justiça de Alagoas autorizou a reprodução simulada do crime que terminou com a morte do capitão da Polícia Militar, Rodrigo Moreira Rodrigues, no dia 9 de março deste ano, em Maceió.

A reconstituição ocorrerá na noite do próximo dia 31, com a participação de várias instituições policiais. A decisão atendeu a um pedido da 49ª Promotoria de Justiça da Capital.

Para o promotor titular da 49ª Promotoria, José Antônio Malta Marques, a reconstituição é essencial para esclarecer o caso. “Solicitamos a reprodução simulada para que possamos esclarecer algumas dúvidas de natureza técnica com relação aos tiros e, claro, para fortalecer as provas que já constam nos autos da ação penal”, explicou.

José Antônio Malta Marques é o autor da denúncia contra o corretor de imóveis Agnaldo Lopes de Vasconcelos. Inclusive, para que a reprodução se aproxime ao máximo do momento do homicídio, o promotor solicitou a presença do réu, que estará presente.

A reconstituição será realizada no mesmo local do crime, o loteamento Jardim Petrópolis II, bairro de Santa Amélia, às 19h. Além do Ministério Público, também participarão as polícias Civil e Militar e o Instituto de Criminalística.

A acusação

Em maio passado, a 49ª Promotoria de Justiça da Capital denunciou Agnaldo Lopes de Vasconcelos por homicídio qualificado e pediu a condenação do denunciando, que teria atirado no policial por, supostamente, vê-lo escalando o muro da sua casa. O homicídio é qualificado por ter como vítima um policial militar no exercício da função, conforme prevê o Código Penal Brasileiro.

Para o MPE/AL, a autoria está confirmada com base nos depoimentos das testemunhas e na confissão do réu.

O crime ocorreu na noite do dia 9 de março, na casa de Agnaldo Lopes, no Jardim Petrópolis II. O militar buscava um aparelho celular roubado. Segundo o inquérito policial, o celular tinha um aplicativo antifurto, com função de rastrear o eletrônico por meio de GPS, que registrou como última localização do aparelho uma área com raio de cinco metros, onde se encontrava a casa do denunciando.

Acompanhado pela guarnição e pela vítima do roubo, o capitão Rodrigo Rodrigues bateu à porta da residência de Agnaldo Lopes e identificou-se como policial, pedindo para entrar.

Diante da negativa do residente, o militar subiu ao muro da casa, no momento em que foi surpreendido com dois tiros e caiu para o lado externo da casa. A guarnição prestou socorro de imediato, mas o capitão não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Geral do Estado.

A Polícia Civil apurou, posteriormente, que o roubo do aparelho celular foi praticado por Ronaldo Paiva de Amorim Júnior e José Romão da Silva Júnior. Este último mora numa casa próxima da residência do denunciando, dentro do raio de cinco metros apontado pelo geolocalizador.