Presidente do Conseg critica "vazamento" de inquérito sobre morte de irmãos

O presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas (Conseg), juiz Maurício Breda, declarou na manhã desta quarta-feira (28) que o órgão foi pego de surpresa com o "vazamento” do resultado do inquérito que investiga a morte dos irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira Aleixo, de 16 e 18 anos, respectivamente, e do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, durante uma abordagem da Polícia Militar em março deste ano no bairro do Village Campestre, em Maceió. Quatro policiais militares foram investigados pela participação na morte. 

“Nós tomamos conhecimento através da imprensa, dos sites, que havia vazado uma conclusão de um inquérito policial, que envolve a morte de dois adolescentes e de outro cidadão num ponto de ônibus, lá no Village Campestre, e nós que estamos acompanhando esta apuração, até por determinação do Governo do Estado e da Segurança Pública, que deseja a total transparência em todas a ação, fomos pegos de surpresa, até porque não recebi nenhum relatório”, disse o magistrado.

Conclusão do inquérito foi mostrado em matéria exclusiva da TV Pajuçara

O “vazamento” a que o magistrado se refere se deve à reportagem exclusiva do repórter Thiago Correia, da TV Pajuçara, que foi ao ar nessa segunda-feira, 26, que revelou detalhes da conclusão do inquérito da morte dos irmãos. (assista à reportagem no final da matéria)

Fontes informaram que o inquérito, concluído e remetido à Justiça, revela que a perícia apontou que uma das armas, que estaria com os jovens durante a abordagem, foi "plantada" por um policial.

A conclusão foi exibida em matéria exclusiva do repórter Thiago Correia, exibida na segunda-feira (26) no jornal Pajuçara Noite e vai de encontro à versão dos militares que integravam a guarnição.

Nenhum militar envolvido no caso teve a identidade revelada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública. Ainda de acordo com o inquérito, a arma que efetuou os disparos que mataram Josenildo, Josivaldo e Reinaldo estaria acautelada com um cabo da PM, indiciado por homicídio doloso.

Os outros militares da guarnição foram indiciados por fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

Breda informou que teria entrado em contato com a secretária adjunta de Segurança Pública, delegada Lucy Mônica, e ela teria informado que o inquérito foi encaminhado para a Justiça ontem e ela também não havia recebido cópia do inquérito. 

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“O conselho designou que uma comissão, que tem como relator o advogado Diógenes Tenório de Albuquerque Júnior, acompanhe toda a investigação, e ele também não foi informado. Então, para nós, o inquérito está em apuração", disse. "O que queremos preservar é que agentes sejam condenados antecipadamente, burlando o princípio da presunção da inocência”, completou.

O relator da comissão designada para acompanhar o caso, o advogado Diógenes Tenório de Albuquerque Júnior, afirmou ao fim da entrevista que assinou o requerimento solicitando cópia do inquérito sobre o caso para acompanhamento do Conseg.

Assista à reportagem exclusiva da TV Pajuçara.