Justiça

Presidente do STJ considera prejudicado pedido da Procuradoria sobre Lula

19/07/18 - 14h37
EBC

O ator Fábio Assunção, 46, criticou a atual política de drogas do Brasil, disse que o país tem muito a mudar e condenou as recentes operações policiais para a retirada de usuários na região da cracolândia, no centro de São Paulo.

"Se jogar a droga na ilegalidade, ela vira um instrumento de extermínio. É muito pesado o que falei, mas o que o [João] Doria fez na cracolândia foi uma violação de direitos humanos flagrante, uma coisa absurda", disse Assunção à revista Trip. 

Em maio do ano passado, uma operação policial desmobilizou o fluxo na alameda Dino Bueno, ponto central da cracolândia. Na ação, os agentes usaram bombas e houve relatos de agressão de integrantes da Guarda Civil Municipal, da prefeitura, contra os usuários de drogas.

Na época, Doria (PSDB), então prefeito de São Paulo, chegou a decretar o fim da cracolândia. O fluxo de usuários, no entanto, só mudou de endereço. Primeiro, para a praça Princesa Isabel, para depois voltar a cerca de uma quadra de distância de onde havia a concentração da Dino Bueno.

Assunção propôs no ano passado articular um grupo de discussão com Doria sobre as ações na cracolândia. Para ele, o Brasil "tem muito o que mudar nessa área". 

O ator falou ainda à Trip sobre o convite que recebeu, em 2017, para se filiar ao PT. "Tive um convite do Lula, numa conversa que tivemos em um jantar. Ele queria formar uma comissão para discutir política de drogas e queria que eu participasse."

O ator aceitou o convite. Segundo ele, o ex-presidente disse que "era muito importante conversar sobre isso com as famílias brasileiras". Na época, sua aproximação com a política levantou rumores sobre uma possível candidatura, que foi desmentida. 

Assunção que luta contra o alcoolismo desde 2008 e teve altos e baixos desde então. Em maio deste ano, foi detido por dirigir embriagado e liberado após pagar fiança de R$ 48 mil.

No ar em "Onde Nascem os Fortes" como o delegado Ramiro, ele reconhece que o vício é algo que precisa ser trabalhado diariamente. "Não sei como é para cada um. Mas é isso. Eu acho que, tendo foco, é possível."

Ele diz que a primeira vez que buscou ajuda, também em 2008, foi surpreendido pelo assédio de um paparazzi. Desde então, Assunção afirma nunca ter tido a possibilidade de viver o processo de recuperação com privacidade. 

"As pessoas sofrem por várias razões, por medo, ou porque são eufóricas, ou porque são deprimidas, ou porque sentem muita raiva. O equilíbrio é você aprender a lidar com essas forças a seu favor e a favor do mundo."