Maceió

Mercado da Produção: escassez de produtos e de clientes

29/05/18 - 11h09
TNH1 / Letícia Cardoso

Os produtos que abastecem o Mercado da Produção, no bairro da Levada, em Maceió, já não chegam com a frequência de antes. O motivo é a greve dos caminhoneiros que completa nove dias nesta terça-feira, 29. Segundo um vendedor, os clientes já não procuram pelas frutas, cientes da escassez dos produtos. 

Mário Hugo da Silva, trabalha no local há 20 anos, desde os seus 10 anos de idade, e constata que o movimento diminuiu ao longo da semana, assim como a chegada de alimentos. Ele, que vende bananas, a R$25 o cento, diz que a fruta chega, mas em quantidades reduzidas.

“Hoje chegaram duas ou três mil bananas. Estamos sentindo muito esta dificuldade. Faz mais de uma semana sem que os produtos cheguem, agora que está chegando aos poucos. Antes pegávamos 80 mil bananas. E esta é uma das frutas que tem mais saída. Com a greve, as pessoas imaginam que não tem mais, então, não tem mais procurado tanto”, explica. 

Segundo Genivaldo Geninho, vendedor há 15 anos, as laranjas que ele está comercializando a R$25 o cento, vêm de Sergipe e chegaram na última quarta-feira, 23. Sua preocupação é com os compromissos financeiros e com os consumidores.

“A renda da gente cai, terminamos não atendendo o freguês, temos compromisso com eles. Eles chegam para comprar e não temos o produto. Uns entendem, outros não e vamos levando do jeito que tá”, comenta.

Marcos Maduca, dono de uma cafeteria na orla de Maceió, diz que para o que ele precisa não está passando por tanta dificuldade, mas sente um aumento de cerca de 30% nos preços. “Nós não podemos parar. Não podemos passar todas as dificuldades para o cliente, pois já vivemos um momento de crise. Temos que comprar de qualquer forma, as atividades não podem parar”, expõe.

Produtos como arroz, feijão, farinha e açúcar ainda estão sendo vendidos normalmente com os estoques dos estabelecimentos. De acordo com um dos donos, João Caíres, ainda não houve a necessidade de aumento do preço, já que ainda não comprou mais car, entretanto, não há previsão sobre até quando durará.