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Nestlé é acusada de irregularidades em fórmula de leite para bebê

Companhia teria apresentado "comportamento inconsistente" na comercialização de alguns dos seus 70 produtos lácteos em 40 países

02/02/18 - 17h49
Bloomberg


A suíça Nestlé está sendo acusada pela Changing Markets Foundation de apresentar irregularidades na composição e publicidade de sua fórmula de leite para bebês com até 12 meses de idade.

Segundo o relatório da fundação, a Nestlé apresentou “comportamento inconsistente” na comercialização de alguns dos seus 70 produtos lácteos em 40 países e muitos deles exibem informações nutricionais questionáveis em suas embalagens.

A Nestlé disse, nesta sexta-feira, 2, que vai responder às reclamações e recomendações do relatório nos próximos dias.

O relatório da fundação apontou que os produtos são vendidos como “melhores para o bom crescimento do bebê” por não conter certos tipos de açúcares e aromas artificiais.

Entretanto, em produtos na China, Hong Kong e África do Sul estes componentes foram encontrados. Não há reclamações sobre a composição dos produtos vendidos no Brasil.

Além disso, segundo o relatório, os produtos vendidos em vários países do continente americano e asiático teriam estampados em suas embalagens supostos benefícios à saúde que são proibidos na Europa por causa da ausência de “evidências científica de sua eficiência”.

Mesmo em países da Europa, a Nestlé venderia produtos que ajudariam a aliviar a constipação, embora isso não seja comprovado e autorizado pela legislação do bloco.

A fundação também apontou que a Nestlé contradiz suas próprias indicações científicas. “A empresa aconselha os pais a não darem sacarose para bebês em seus produtos no Brasil e Hong Kong, mas não na África do Sul, onde os produtos apresentam tais ingredientes”, explicou no relatório.

“O relatório levanta importantes pontos, aos quais queremos avaliar em detalhes”, disse um porta-voz da empresa. “Como líder na categoria, oferecemos produtos seguros e nutricionalmente completos, e asseguramos que a composição seja informada pela melhor ciência disponível”, acrescentou.