Polícia

Morador de rua e carroceiro foram usados como laranjas em esquema de sonegação

20/07/18 - 12h29
Cortesia ao TNH1/ Assessoria

Dois dos homens usados como "laranjas" por uma organização criminosa, investigada na Operação Placebo, foram identificados pelo Ministério Público Estadual como sendo um morador de rua e um carroceiro. A informação foi confirmada a imprensa durante uma entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira (20), em Maceió.

O promotor Cyro Blater, coordenador do Gaesf, explicou que o esquema começou com a abertura de uma empresa de forma legal em Sergipe, a que partir dela outras empresas foram criadas, todas de forma legal, mas com o passar do tempo empresas falsas foram criadas com o auxílio dos chamados "testas de ferro", que são pessoas que emprestam o nome para ser usado em esquemas criminosos, em troca de benefício financeiro. Já os "laranjas" receberam uma quantia em dinheiro para fornecer dados, mas sem saber como esses dados seriam utilizados.

“Nós conseguimos identificar dois laranjas em Alagoas. Um dos homens é um morador de rua e o outro um carroceiro. Eles receberam R$ 100 para fornecer os dados deles para a quadrilha”, explicou o promotor.

AS INVESTIGAÇÕES

De acordo com as investigações, que começaram há cerca de seis meses, o esquema do grupo era de sonegação fiscal e os prejuízos causados somam cerca R$ 197 milhões. O crime aconteceu em Alagoas e mais dois Estados.

A operação, cumpriu 10 mandados de prisão, que resultaram na prisão de 8 pessoas, quatro em Alagoas e outras quatro em Sergipe. Entre os presos está um auditor-fiscal de Alagoas, identificado como Carlos Antônio Nobre e Silva. Além dele, foram presos em Alagoas, Márcio André de Lira e Erasmo Alves da Silva Filho, apontados pela polícia como testas-de-ferro, e o contador Benedito Alves dos Santos Júnior.

Já em Aracaju, foram detidos os empresários Antônio Monteiro dos Santos, Arnaldo Monteiro dos Santos, Vanessa Veras Ribeiro e Jenisson Paulino da Silva Ribeiro. Por fim, em Feira de Santana, interior da Bahia, havia mandados de prisão em desfavor das empresárias Maria Edenilce Monteiro dos Santos e a filha dela, Sílvia Santos Borges. Porém, elas se encontram na condição de foragidas da justiça.

Outros 23 mandados de buscas e apreensão foram cumpridos nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal de Alagoas. O cumprimento deles, resultou na apreensão de mais de 20 carretas medicamentos, o que seria suficiente para encher um prédio de 4 andares. “Esses medicamentos já estão em Alagoas e nós iremos estudar quais são as formas mais rápidas de absorver esses medicamentos para que sejam distribuídos a população de Alagoas”, afirmou.