Polícia

"Não temos dúvida de que é o Kelven", disse tia após reconhecer corpo em canavial

Ainda segundo familiares, o corpo foi encontrado com sinais de tortura

19/10/17 - 14h13
Cortesia ao TNH1

Parentes do jovem Kelven da Silva Nascimento, de 21 anos, desaparecido desde a última terça-feira (17), confirmaram à reportagem do TNH1 que o corpo encontrado em canavial no conjunto Village Campestre é do rapaz.

Muito abalada, a tia da vítima contou que esteve no local e reconheceu as tatuagens que ele tinha no peito e em uma das pernas. “Não conseguimos olhar muito para o rosto porque o atingiram com um tiro de grosso calibre, que destruiu quase todo o crânio”, disse Neide Silva, com a voz embargada.

Kelven foi retirado de casa, no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, durante a madrugada da última terça por homens encapuzados, que se identificaram como policiais. Desde então não foi mais visto.

Ainda de acordo com Neide, o corpo tinha sinais claros de tortura. “Um dos braços estava quebrado na altura do ombro. Punho e costelas também, além do tiro na cabeça e outro na barriga”, detalhou a tia.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil começou a investigar o caso, após denúncia da família. “Um dos homens dizia que era um mandado, mas o tempo todo olhava o papel e o meu primo, o que faz com que a gente pense que era uma fotografia. Ele não mostrou esse papel a ninguém que estava na casa e quando saíram, não deixaram meus tios saírem de casa, então ninguém chegou a ver o carro usado por eles”, afirmou ao TNH1 a prima de Kelven, Daniella Christnia Silva de Oliveira.

Daniella disse ainda que no momento da abordagem, Kelven e os pais dormiam. “Eles estavam usando roupas pretas e todos de balaclava [máscara de tecido]. Eles pularam o muro e bateram na porta. Quando o meu tio abriu, botaram a arma na cara dele e perguntaram quem estava na casa, que foi revistada a procura de armas e drogas. Após pegarem meu primo, eles disseram que iriam levar ele "lá para baixo", mas não disseram para onde levariam”, narrou.

Polícia desconhece mandado de prisão

Os familiares foram até o 8º Distrito Policial, onde foram informados que não havia mandados de prisão expedidos contra Kelven. O caso vai passar para a Delegacia de Homicídios (DH).