Em meio ao clima de pressão para que os deputados mantenham o veto do governador de Alagoas, Renan Filho ao projeto Escola Livre, manifestantes chegaram a derrubar as grades do prédio da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na Praça Dom Pedro II, no Centro de Maceió, na tarde desta terça-feira, 26.
"É um grande retrocesso, porque a escola é um espaço da pluralidade, da política, e está cada vez mais dando espaço para moral", disse Marcos Mesquita, professor de psicologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que protestava contra a aprovação do projeto.
Pela proposta do projeto Escola Livre, de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB), fica vedada a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam induzir aos alunos a um único pensamento religioso, político ou ideológico.
Para o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), o projeto Escola Livre estabelece censura os educadores. Segundo o Sinteal, os professores estariam impossibilitados de opinar em sala de aula, diante de seus alunos, sobre política e religião, por exemplo.
Estudantes e professores participam do protesto pela manutenção do veto do governador, neste momento, em frente à sede. Após cortar a transmissão da votação por meio de um telão onde a população acompanhava a sessão, os manifestantes se revoltaram e derrubaram as grades do prédio.
Durante o tumulto, policiais militares que fazem a segurança da ALE foram acionados para conter os manifestantes. Um dos policiais chegou a agredir um dos manifestantes com um cassetete.
O projeto de lei, que visa manter postura de neutralidade no campos político, ideológico e religioso, mas ao mesmo tempo tratar com o mesmo destaque a profundidade das mais variadas vertentes de pensamentos e conceitos no âmbito acadêmico, é de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB).
