Saúde

Audiência debate atendimento a vítimas do Zika vírus em Maceió

19/08/17 - 18h31

Audiência pública debate, na próxima segunda-feira (21), a partir das 9h, no Plenário da Câmara Municipal de Maceió, a situação do zika vírus na capital e das doenças por ele transmitidas, como a dengue e chikungunya, além de complicações como o desenvolvimento da microcefalia em bebês.

A audiência foi proposta pelo vereador Dudu Ronalsa (PSDB) e reunirá representantes da sociedade civil, profissionais da saúde e do Poder Público, que discutirão ações para assegurar atendimento e os benefícios sociais às pessoas vítimas do vírus, sobretudo às mães de crianças com microcefalia.

“Vamos ouvir a população e as instituições para saber como está sendo realizado o atendimento e assistência às famílias de crianças com microcefalia. Todas as demandas serão encaminhadas aos órgãos responsáveis para que possam adotar as medidas necessárias”, afirmou Dudu Ronalsa.

Integrante do Conselho Gestor do Programa Saúde da Família (PSF) do Village Campestre I, Francisco de Paula Lucena, informa que um levantamento realizado pela Defensoria Pública junto a Associação Nacional de Inclusão Social (Anis) detectou que o número de crianças com microcefalia em Alagoas é maior do que foi divulgado, situação semelhante ao que acontece com outros estados do Nordeste, conforme a pesquisa.

“Houve uma subnotificação, segundo constatou o levantamento. Além disso, as mães de crianças com microcefalia enfrentam uma situação muito séria. Muitas não recebem o Benefício de Prestação Continuada [BPC] ao qual têm direito e que deveria ser pago pela Previdência, não têm acesso ao transporte público gratuito e às políticas sociais que por lei deveriam ser asseguradas a elas. É uma situação muito difícil e grave”, diz Francisco Lucena.

Ele cobra ainda que o atendimento às crianças seja feito na unidade de saúde mais próxima de onde as mães moram. “É preciso que se faça uma lei para que a assistência seja prestada na unidade do bairro onde essas mães de crianças com microcefalia residem, e não na unidade referência, como acontece hoje. Elas têm uma dificuldade imensa de se deslocar com seus filhos”, ressalta, ao dizer que o mesmo debate foi realizado em junho na Assembleia Legislativa, que se encarregou junto ao Estado de buscar soluções para os problemas apontados. “Agora é a vez da Câmara levar a situação para o município de Maceió para que sejam tomadas as medidas”, disse.