Saúde

Doenças ocupacionais afastaram mais de 2.700 alagoanos do trabalho

22/01/18 - 08h46
Agência Alagoas

As doenças ocupacionais estiveram no topo do ranking de enfermidades que afastaram os profissionais alagoanos dos postos de trabalho em 2017. Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 2.706 trabalhadores foram afastados, entre janeiro e dezembro do ano passado. Algumas doenças resultaram na licença trabalhista momentânea por vários dias e, em casos extremos, até meses.

De acordo com a assessora técnica do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Maria do Socorro Marques Luz, a doença ocupacional é aquela em que o trabalhador ficou exposto a agentes nocivos para sua saúde, sem que houvesse a proteção necessária, ou ainda mesmo com a proteção. Ela salienta que o grau de exposição foi acima do tolerável por lei, em períodos longos, médios ou curtos e as que as doenças ocupacionais podem demorar anos para se manifestarem, mas, quando o fazem, a situação já está crítica.

Entre os muitos agravos que acometeram a saúde dos trabalhadores de Alagoas, destacaram-se:

- Acidentes por lesão corporal ou perturbação funcional que causaram a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho; que resultaram em mutilações ou que acometeram menores de 18 anos, com 978 notificações;

- Em segundo lugar, os acidentes de trabalho com exposição a material biológico, com 805 casos;

- Por último, 201 notificações de acidentes por animais peçonhentos relacionados ao trabalho.

Para Maria do Socorro Marques Luz, a questão das doenças ocupacionais é de grande magnitude e, por este motivo, os gestores precisam estar conscientes de que, em seus municípios, orientem seus técnicos quanto às notificações. Isso porque, segundo ela, se há o registro do problema, o perfil epidemiológico desse público-alvo é traçado e, a partir disso, as notificações são cadastradas no Sinan, permitindo planejamento e intervenção.

“Além de tudo, precisamos enfatizar isso com os profissionais de saúde, porque é preciso não apenas notificar, mas qualificar essas fichas de investigação. Uma realidade que se deve ao fato de muitos dados apresentam inconsistência em alguns casos, o que acaba dificultando o trabalho de traçar esse perfil fidedigno e, a partir dele, desencadear ações de combate às doenças laborais”, explicou.

Acompanhamento 

Nos casos em que os trabalhadores já sofreram o problema, um acompanhamento psicológico também é aconselhável, para minimizar os problemas pelos quais os trabalhadores estão passando. Ainda é prudente que haja um Terapeuta Ocupacional nas empresas para auxiliá-los na maneira mais prudente de se evitar futuros problemas.

A assessora técnica do Cerest informou, ainda, que a Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT) foi reativada e que está apta para receber, bem como orientar, os empregadores que se encontram em situação de risco, provenientes das condições dos ambientes e processos de trabalho.