Em 1979, a inauguração da Unidade de Emergência Armando Lages, no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió, criava novas perspectivas para a área da Saúde em Alagoas. Na época, quando a capital alagoana tinha pouco mais de 400 mil habitantes segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), a obra representava a garantia de atendimento para seus moradores e grande parte dos habitantes de municípios próximos.
Em 2008, com um investimento de R$ 20 milhões - sendo mais de R$ 16 milhões do governo federal -, a Unidade de Emergência Armando Lages foi fundida ao Hospital Escola José Carneiro, que existia desde 1975, formando o Hospital Geral do Estado (HGE). De forma geral, ao lado da construção da Unidade de Emergência Daniel Houly, conhecida como UE do Agreste, em 2003, essas foram as principais obras na área de saúde executadas em Alagoas nos últimos 42 anos.
Aliadas à falta de investimentos municipais no setor, a desvalorização do servidor da saúde e a centralização do atendimento hospitalar em Maceió resultaram na decadência da prestação de serviço no Estado, superlotação de unidades e carência de pessoal, entre tantas outras mazelas que permearam as páginas dos jornais por anos e anos.
Nesse contexto insólito, um “tratamento intensivo” previsto pelo Governo de Alagoas promete recuperar a área da saúde do Estado. O ciclo de recuperação anunciado pelo governador Renan Filho começa por uma mudança de paradigma: a descentralização do atendimento e regionalização da saúde. Para isso, segundo Renan Filho, o investimento do Estado na construção e recuperação de hospitais na capital e interior deve passar dos R$ 300 milhões.
“Em recursos do Fundo Estadual de Erradicação e Combate à Pobreza, o Fecoep, temos R$ 306 milhões contingenciados para a Saúde. No momento, estamos com cinco obras de grande porte em andamento, inclusive o Hospital da Mulher, em Maceió, o Hospital Metropolitano, na parte alta da capital, e agora o Hospital Regional do Norte, na cidade de Porto Calvo. No total, são 14 projetos previstos para inauguração ou início das obras até o segundo semestre de 2018”, disse o governador na terça-feira (18), durante a entrega de 15 novas ambulâncias que vão atuar na transferência de pacientes entre unidades de saúde do Estado.
“Estamos também renovando completamente nossa frota de ambulâncias. É uma medida necessária, que vai ajudar o funcionamento dos hospitais, facilitar a remoção de pacientes aos leitos de retaguarda e desafogar ainda mais as unidades do interior do Estado e da capital”, lembrou Renan Filho. Na restruturação do serviço de transporte sanitário, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), estão sendo investidos R$ 2,8 milhões.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira, as obras promovidas pelo Governo de Alagoas buscam principalmente facilitar a vida de quem mora no interior do Estado e na parte alta de Maceió. "Essas famílias vão poder contar com equipamentos modernos e novas estruturas, não tendo mais que se deslocar grandes distâncias para encontrar atendimento médico. O governador tem escutado os alagoanos para saber das suas necessidades. E a área de saúde tem sido prioridade total nos investimentos do Estado", destaca.
Obras na capital
Entre as principais obras relacionadas pelo governador Renan Filho para minimizar os problemas na área da Saúde em Alagoas está o Hospital da Mulher, localizado na avenida Comendador Leão, em Maceió, ao lado da Maternidade Santa Mônica. Com investimento de R$ 24 milhões, o hospital terá 100 leitos e já tem seis andares construídos. A previsão de entrega do equipamento é abril de 2018.
Já licitado, o Hospital Metropolitano de Alagoas tem previsão de entrega para 18 meses. A unidade, orçada em R$ 64.524.701,80, vai oferecer mais 180 leitos e será construída no bairro da Cidade Universitária, buscando atender toda a população da parte alta de Maceió e reduzir a movimentação no HGE. Ao lado do Hospital Metropolitano, o Governo planeja construir o Hospital da Criança, no qual serão investidos mais R$ 10 milhões.
Com recursos da ordem de R$ 63 milhões, o Governo do Estado prepara também a construção do Hospital das Clínicas, que será instalado no bairro do Farol e vai oferecer mais 160 leitos. No momento, o Estado seleciona a empresa que formará uma parceria público-privada para dar início às obras.
Somente no bairro do Benedito Bentes, serão investidos mais de R$ 3,3 milhões. Com investimento de R$ 1,8 milhão, a Unidade Básica de Saúde (UBS) José Aprígio Vilela será concluída e entregue à Prefeitura de Maceió. Já o ambulatório Denilma Bulhões será convertido em um Centro de Especialidades com capacidade para cinco mil atendimentos por mês e serviços de pediatria, infectologia, cardiologia e oncologia, entre outros. Na unidade, serão investidos R$ 1.585.839,00.
O Governo do Estado prevê ainda a construção de três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na capital, sendo uma no bairro do Jacintinho, uma no Tabuleiro do Martins e outra na Chã da Jaqueira, substituindo os ambulatórios Assis Chateaubriand, João Foreman e Dom Miguel Câmara. Essas unidades deverão funcionar 24 horas por dia, todos os dias da semana e atender cerca de 4.500 pacientes por mês cada uma. As unidades vão oferecer atendimento de baixa e média complexidade, urgência e emergência, raio-x e eletrocardiogramas. O valor do investimento nesses três projetos ainda está em fase de cálculos pela Sesau.
Obras no interior
O processo de regionalização da Saúde em Alagoas teve início na segunda-feira (17), segundo o governador Renan Filho, com a assinatura da ordem de serviço para construção do Hospital Regional do Norte, no município de Porto Calvo. A obra vai receber um investimento de R$ 29 milhões e terá 110 leitos. Com capacidade para realizar, mensalmente, 7.700 consultas e 7.000 exames de diagnóstico complementar, o Hospital Regional do Norte deverá ser entregue em 18 meses e beneficiar 16 cidades da região.
"Essa é a maior e mais importante obra para a Região Norte dos últimos tempos. Trata-se de um equipamento fundamental para estruturar a saúde pública da região Norte de Alagoas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O cidadão quer um tratamento de saúde decente e perto da sua casa. É isso o que o Governo do Estado está fazendo”, disse o governador, durante a solenidade em Porto Calvo.
Para o secretário Christian Teixeira, o Governo de Alagoas tem contrariado uma tendência nacional, investindo na Saúde quando outros estados cortam recursos para a área. "Tenho conversado com secretários de Saúde de vários estados brasileiros e a pauta é uma só: o fechamento de hospitais. Isso que estamos realizando aqui hoje é resultado de muito trabalho. O Hospital Regional do Norte vai evitar que 180 mil moradores desta região se desloquem à capital do Estado em busca de atendimento", conta Teixeira.
Em Arapiraca, depois de anos de espera, as obras de recuperação e ampliação da Unidade de Emergência do Agreste serão entregues em dezembro. A unidade, que contava com 40 leitos, passará a disponibilizar 120 leitos, sendo 21 de UTI, atendendo moradores de 46 municípios da região. Ainda na maior cidade do Agreste, outros R$ 663.772,62 estão sendo investidos na ampliação do Hemocentro de Arapiraca, que passará a ocupar uma área de 487m2.
O reforço na saúde do interior de Alagoas continua com a construção de três Centros de Referência em Palmeira dos Índios, Capela e Porto Calvo, onde serão aplicados mais R$ 10.674.281,06; além dos hospitais regionais de União dos Palmares e de Delmiro Gouveia, cujos terrenos para construção já foram doados ao Estado pelas respectivas prefeituras. Cada unidade terá investimento de R$ 35 milhões e vai oferecer 113 leitos. O prazo para conclusão desses dois equipamentos é de 18 meses.
“Esse é o maior ciclo de investimentos na saúde que Alagoas já viu. Com muito esforço, estamos conseguindo realizar as obras que o Estado precisava nessa área. Esse é o resultado de muito planejamento e dedicação. Foram muitas décadas de negligência e reverter a situação atual não é uma coisa que se faz do dia para a noite. Mas temos trabalhado com afinco, com zelo, para solucionar problemas que causavam tanto sofrimento à população alagoana ”, afirma o governador Renan Filho.
