A estranha omissão da OAB em difícil momento para a nossa democracia

Publicado em 20/10/2022, às 15h02

Redação

Causa estranheza que em tempos de violação a princípios democráticos, inclusive em relação à liberdade de expressão e a preceitos consolidados na área jurídica, a Ordem dos Advogados do Brasil se mantenha num silêncio sepulcral, sem emitir um mínimo sentimento de contrariedade.

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Sem dúvida que a OAB de agora não tem nada a ver com a instituição que fez de Heráclito Sobral Pinto uma das referências na época do regime militar, quando teve uma postura de altivez, independência e coragem em momentos difíceis da vida nacional.

A OAB de hoje em dia é inerte, passiva e omissa diante de tantos descalabros, como se a ordem institucional não estivesse sendo vilipendiada, quase que diuturnamente, por decisões descabidas originárias da mesma fonte.

Que interesses justificam tamanha omissão, além da evidente questão político-partidária? O que explicar aos seus milhares de filiados? Como ficam os cidadãos diante desse quadro de indiferença?

Vale, a propósito do momento atual, registrar um texto atribuído ao alemão Bertold Brecht (1898/1956):

“Primeiro levaram o negros, mas não me importei com isso. Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso. Eu não era operário.

Depois prenderam os miseráveis, mas eu não me importei com isso porque eu não sou miserável.

Depois agarraram uns desempregados, mas como eu tenho meu emprego e também não me importei.

Agora estão me levando, mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.”

A OAB precisa se importar com seus compatriotas. Antes que chegue a sua vez.

 

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