A metamorfose da empresa generosa com a classe política que se transformou numa “Geni”

Muito longe da almejada pacificação tentada até pelo presidente Lula (PT), sem sucesso, os mais fortes grupos políticos de Alagoas continuam se digladiando, agora em função das suas relações com a Braskem – tal qual a “Geni” da música de Chico Buarque, todos agora renegam a empresa que foi tão generosa com a classe política nos seus 40 anos de existência.

De um lado, governador Paulo Dantas, senadores Renan Calheiros e Renan Filho e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, todos do MDB; do outro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), senador Rodrigo Cunha (Podemos) e prefeito João Henrique Caldas (PL).

O fato recente desses desencontros: em resposta a um pedido de informação feito por Rodrigo Cunha, a Braskem revelou que pagou ao senador Renan Filho, atual Ministro dos Transportes, R$ 4,2 milhões de indenização pela empresa Sistema Costa Dourada de Radiodifusão, que abrigava duas emissoras de rádio e estava em área afetada pela mineradora.

As rádios foram transferidas para outra região e, segundo a Braskem, além de a indenização corresponder ao valor de mercado do imóvel, também compensou outros prejuízos da empresa do hoje ministro, o que totalizou os R$ 4,2 milhões.

Rodrigo Cunha é integrante da Comissão de Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Consumidor do Senado Federal, e pediu esclarecimentos à Braskem por conta de reportagem da revista “Veja” no início de dezembro relatando essa negociação.

A Braskem revelou ainda, no ofício ao senador Rodrigo, um segundo acordo feito com a empresa do ministro no âmbito do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, porém o processo está na Justiça Federal e é sigiloso.

Esperemos com ansiedade os próximos episódios do Caso Braskem, que pelo jeito é de um final imprevisível, para saber quem mais vai renegar o passado e jogar pedra na Geni…