A tentativa da filha em resgatar a imagem do empresário Paulo César Farias

Ingrid Farias, filha do empresário Paulo César Farias, revela neste domingo (23) em matéria do jornalista Eduardo Garça, em “O Globo”, que através do filme/documentário “Morcego Negro” e da série de ficção “Segredos tropicais” pretende resgatar a imagem do seu pai.

“PC”, como era conhecido o empresário nos meios políticos, ganhou notoriedade em 1989, como tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello à Presidência da República.

Viúvo de Elma Farias, que faleceu em 1994, Paulo César Farias foi assassinado a tiros, aos 50 anos, juntamente com a então namorada Suzana Marcolino, num quarto da sua casa de Guaxuma, litoral de Maceió, em 23 de junho de 1996.

Ingrid Farias nega, a “O Globo”, que esse trabalho de resgate da memória do pai tenha interesse meramente financeiro:

“Há quem diga que estamos precisando de dinheiro, que queremos lucrar com a morte do meu pai tanto tempo depois. Não é verdade. Quero é que meus filhos conheçam a história do avô deles, não o que ficou registrado na imprensa”.

Ex-seminarista, PC Farias era empresário do ramo de automóveis e tratores em Alagoas quando se tornou próximo de Fernando Collor de Mello, eleito governador de Alagoas em 1986.

Em 1989, Collor renunciou, deixou o vice Moacir Andrade no cargo e partiu para a campanha de presidente da República, pelo minúsculo partido PSC, levando junto, para a campanha, Paulo César Farias.

O que para muitos parecia uma aventura sem futuro terminou dando certo, tanto que Collor foi ao segundo turno da disputa presidencial, vencendo Lula (PT) nas urnas.

No curso do governo de Fernando Collor, que acabou num impeachment, PC foi acusado de formação de quadrilha, captação ilegal de recursos de campanha e cobrança de propina em licitações de obras, chegando a ser preso e perseguido inclusive no exterior, onde foi preso.

De novo em liberdade, retomou seus negócios e terminou assassinado numa véspera de São João, em circunstâncias até hoje não completamente esclarecidas.

A tentativa da filha Ingrid em resgatar sua imagem através do filme e do documentário certamente não responderá à indagação que até hoje muita gente se faz: quem matou Paulo César Farias?