Adolescente vítima de atirador de escola em Goiânia fica paraplégica, diz hospital

Publicado em 25/10/2017, às 23h15

Redação

Uma adolescente de 14 anos, que foi baleada por um jovem com a mesma idade, dentro de uma sala de aula, na última sexta-feira (20), em uma escola de Goiânia, está paraplégica, segundo boletim médico divulgado pelo Hospital de Urgências de Goiânia nesta quarta-feira (25).

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"A adolescente apresenta uma lesão na medula espinhal, no nível da 10ª vértebra da coluna torácica, que comprometeu os movimentos dos membros inferiores de forma definitiva. A paraplegia já havia sido diagnosticada no dia de sua admissão, mas não informada até então a pedido de familiares. Ainda não há previsão de alta da UTI", informou o hospital.

A jovem, identificada como I.M.S., no entanto, está "consciente, com respiração espontânea". O hospital avalia o estado de saúde da adolescente como "regular". Além dela, uma outra jovem, que completou 14 anos nesta terça-feira (24), também continua internada, sem previsão de alta, mas com estado de saúde "regular".

No domingo (22), a mãe da jovem afirmou ao jornal "Folha de S.Paulo" que havia a possibilidade de que ela ficasse paraplégica. "Existe essa possibilidade. Foram três balas, uma delas pegou na coluna, mas a gente está pedindo a Deus porque não tem nada concluído ainda", disse.

Nesta terça-feira (24), uma outra estudante, também de 14 anos, recebeu alta médica do Hospital de Acidentados, onde estava internada desde o dia 20, quando foi baleada pelo atirador. A direção do hospital confirmou a alta da adolescente L.F.B. nesta quarta-feira (25).

O atirador, detido primeiro no Depai (Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais), foi transferido para um centro de internação na segunda-feira (23). Ele matou dois colegas de classe e feriu outros quatro. Ele pode pegar até três anos de detenção, segundo a polícia.

O jovem confessou o crime e afirmou que o cometeu por ter sofrido bullying pelos colegas. Ele disse à polícia que se inspirou nos massacres de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro.

Segundo o promotor Cássio Sousa Lima, o adolescente disse no depoimento estar arrependido e que planejou a ação como uma forma de retaliação. Ainda de acordo com o promotor, o pai, policial, relatou que a arma estava em local seguro e difícil de acessar. A mãe não esteve no depoimento porque foi internada, em choque, após o acontecimento.

No sábado (21), os corpos dos adolescentes João Pedro Calembo e João Vítor Gomes, vítimas do atirador, foram enterrados. Eles morreram na hora, dentro de sala de aula, depois de terem sido atingidos por diversos disparos à queima-roupa.

Durante o sepultamento, o pai de João Pedro, Leonardo Calembro, afirmou que, no momento, não se deve julgar o responsável pelo crime, e sim entender o que acontecer e perdoar. "Eu espero que toda a sociedade e os outros pais o perdoem pelo fato acontecido. Não devemos julgá-lo agora. Nós temos de entender e perdoar".

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