Agente de trânsito é condenado por matar homem atropelado e deixar mulher gravemente ferida

Publicado em 18/11/2025, às 17h40
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TNH1 com Assessoria

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O agente de trânsito Valdy Severiano da Silva foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão pelo homicídio de Allysson Teodósio do Nascimento, por ter ferido gravemente Cinthyellen Ventura da Silva e fugir sem prestar socorro. O réu estava dirigindo embriagado quando atropelou as vítimas, que estavam em uma moto. A decisão da Justiça foi proferida nesta terça-feira, 18.

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Os crimes ocorreram no dia 15 de julho de 2023, por volta das 18h30. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL), Valdy Severiano, assumiu o risco de matar ao conduzir um veículo automotor sob a influência de álcool, em velocidade incompatível com a permitida, e na contramão.

As vítimas foram arrastadas, matando Allysson ainda no local, enquanto a namorada da vítima, Cinthyellen, ficou gravemente ferida e foi levada ao hospital onde ficou em coma. Em consequência das lesões, ela ficou com debilidade permanente dos membros inferiores, além de sequelas psicológicas.

Valdy fugiu com ajuda de uma outra pessoa para tentar escapar responsabilidade penal e civil. O carro também se chocou com um caminhão que tombou na pista com o impacto.

“As imagens do acidente são chocantes e não tinha como a defesa conseguir, diante de tantas provas contundentes, de laudos, a desclassificação de crime doloso para culposo. Pois, quando você entra em um carro, sob efeito de álcool, e assume o volante, assume também riscos, estivemos o tempo todo enfatizando que, acima de tudo, o réu era conhecedor do CTB, agente de trânsito, cabendo-lhe a condenação. Além de ceifar a vida de um jovem, sequelou permanentemente outra vítima, impedindo a realização de alguns sonhos e deixando traumas psicológicos”, contou o promotor Ivaldo Silva.

Ao definir a pena, o juiz destacou que o réu agiu com culpabilidade agravada por ser conhecedor das leis. Diante da quantidade da pena imposta, da presença de circunstâncias judiciais desfavoráveis e da necessidade de garantia da ordem pública, foi estabelecido o regime inicial fechado e determinada a prisão preventiva do réu.

Recurso

O MPAL ainda deve recorrer, pois para o órgão ministerial “as consequências do crime devem ser valoradas negativamente, porque, não somente uma pessoa morreu, mas os danos causados à moça, às famílias das vítimas são irreparáveis. A própria sobrevivente disse, durante o júri, eu me sinto um copo quebrado. Ele entrará com recursos imediatamente e tentará o aumento da pena por entender que não houve confissão do condenado, mas tentativa de justificar os seus atos”.

O caso

De acordo com depoimento da sobrevivente durante o julgamento, Alysson e ela tinham iniciado um relacionamento há poucos meses e, naquele dia 15 de julho de 2023, ele teria ido conhecer sua família. No entanto, o plano do casal foi interrompido pelo acidente causado por Valdy Severiano da Silva, que invadiu a pista contrária, em estado de embriaguez, provocando a fatalidade.

Cinthyellen informou que a mãe do seu namorado morava no exterior e teve que arrumar R$ 10 mil reais emprestados para vir a Alagoas sepultar o filho. Já a moça, sequelada com a perda dos movimentos dos membros inferiores, não teve direito à despedida, uma vez que, neste momento, estava em coma.

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