Alagoas registra 11 óbitos por meningite bacteriana em 2023; número de casos confirmados cresce

Publicado em 01/09/2023, às 11h20
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João Victor Souza

O número de casos de meningite confirmados em Alagoas no ano de 2023 já é maior em comparação com o mesmo período, de janeiro a agosto, de 2022. Diante dos dados da doença, o tipo de meningite que causa mais preocupação para os órgãos de saúde é a bacteriana, por ser mais letal que a viral. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o estado contabilizou 25 casos de pessoas com a doença meningocócica, e em 11 deles, o paciente não resistiu à doença. Foram nove vítimas de até quatro anos de idade que morreram de meningite bacteriana.

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A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda e quando se apresenta na forma de doença invasiva, ela se caracteriza por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais frequente delas, e a meningococcemia a forma mais grave. Os tipos são: meningite meningocócica, meningococcemia, meningite meningocócica com meningococcemia. A vacinação é a principal forma de se prevenir contra a doença. A imunização para o sorogrupo tipo C é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto para o tipo B é disponibilizada apenas na rede privada. (saiba mais abaixo).

A reportagem do TNH1 teve acesso a um boletim de dados da doença em Alagoas. De acordo com o documento, de 1º de agosto do ano passado até o último dia 29, ou seja, no período de um ano, 25 pessoas apresentaram a doença, sendo que 11 delas morreram. 

Veja os casos confirmados abaixo, segundo sexo e faixa etária:

Diante dos dados acima, a Saúde constatou que a maioria das mortes atinge crianças de até quatro anos. Duas mortes foram de pessoas adolescentes ou adultas. Confira sexo e faixa etária dentre os óbitos:

Sobre os sinais e sintomas, o boletim mostra que os pacientes apresentaram quadro de febre em 23 dos casos, sendo este o sintoma com maior registro da Saúde. Veja todos os sintomas listados no boletim:

Sorogrupos e vacinação - Conforme os informes sobre os sorogrupos, 16 casos foram do tipo B, com vacina disponível apenas na rede privada, com custo médio de cada dose de R$ 600 e necessidade de três aplicações durante seis meses. Não houve registro de casos confirmados para meningite tipo C, que tem vacina disponível na rede pública. Já sete casos não tiveram identificação e dois aguardavam resultado. 

O que diz a Secretaria de Estado de Saúde - Em contato com a reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) confirmou que a busca ativa e o atendimento aos pacientes com meningite é realizado pelos municípios de residência das pessoas com a doença. Em decorrência do agravamento do caso, as pessoas são encaminhadas para uma unidade hospitalar.

Ainda segundo a Sesau, o papel do Estado é monitorar os casos, prestar assistência técnica e capacitar as equipes dos municípios sobre vigilância dos casos suspeitos e confirmados e com relação aos atendimentos dos pacientes. E no caso de enfermidades confirmadas, o órgão tem o objetivo de dar apoio no bloqueio vacinal dos contatos, quando o município solicita ajuda formalmente.

Técnicos do Ministério da Saúde estão em Alagoas e realizam o monitoramento sobre diversas doenças, e fazem levantamentos sobre os casos de meningite em Alagoas.

Panorama da meningite em Alagoas - A Sesau também divulgou os dados de todos os tipos de meningite, podendo ser viral ou bacteriana, no ano de 2022 e 2023. Em comparação com os primeiros oito meses de cada ano, é possível observar uma crescente de casos no estado. Confira:

Morte de criança de 4 anos foi confirmada nesta quinta (31) - A Secretaria de Saúde de Arapiraca confirmou que a morte da criança de 4 anos horas após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento Noel Macedo, no dia 20 de agosto, foi causada por meningite bacteriana. Ela apresentou febre, vômitos, diarréia e dor abdominal. Houve evolução dos sintomas para crise convulsiva e o óbito foi confirmado aproximadamente quatro horas depois do primeiro atendimento.

Veja a nota do órgão municipal:

A Secretaria de Saúde de Arapiraca comunica o resultado do exame de biologia molecular do óbito de uma criança de 4 anos, com resultado detectável para meningite pneumocócica.

O teste foi realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e apresentado nesta terça-feira (29). O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Arapiraca (Cievs) também disponibiliza um documento com todas as informações sobre a ocorrência, bem como medidas de prevenção e controle.

O órgão ressalta que todos os indivíduos são susceptíveis à meningite Pneumocócica sendo as crianças menores de cinco anos de idade e os idosos os grupos de maior risco de adoecimento. O CIEVS Arapiraca segue em constante monitoramento e reforça que a melhor prevenção contra as meningites é a vacinação, disponível através do SUS.

A Coordenação de Doenças Imunopreveníveis e Imunização reforça que todas as vacinas do calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde.

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