Alexandre de Moraes, novo ministro do STF, favorece bloqueio do WhatsApp

Publicado em 22/02/2017, às 17h22

Redação

Alexandre de Moraes, o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), participou de sabatina com os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De acordo com a Agência Brasil, quando perguntado sobre a questão do bloqueio ao mensageiro WhatsApp no Brasil, Moraes acenou que é favorável ao bloqueio judicial temporário da troca de mensagens entre usuários como punição.

LEIA TAMBÉM

Segundo o ministro Moraes, a medida é válida nos casos em que o WhatsApp desobedece determinações judiciais — por exemplo, a entrega de dados sensíveis de usuários investigados. Por outro lado, o ministro também comentou que reconhece que o bloqueio impacta os usuários do mensageiro. Sobre o Marco Civil da Internet, Moraes espera que ele seja modificado para que, dessa maneira, a "empresa dona do aplicativo" tenha escritório no Brasil.

 “Essa é uma questão que o Congresso Nacional deve analisar, porque é importantíssima, do Whatsapp e da comunicação. Porque não se trata só da comunicação de mensagem, mas se trata da utilização por organizações criminosas da ligação pelo Whatsapp”, disse Moraes, de acordo com a AB.

O grande problema, segundo o ministro, é que o WhatsApp "não dá nenhum apoio às investigações criminais", por isso os juizados acabam acatando decisões de realizar bloqueios.

“O bloqueio acaba sendo geral, a partir do momento em que não se fornece as informações. Há uma proposta que foi encaminhada pelo Ministério da Justiça de se obrigar a empresa responsável pelo Whatsapp de ter sede no Brasil para fins de fornecimento de informações, para evitar a necessidade do bloqueio”.

Você acha que o WhatsApp deve entregar informações sensíveis de investigados, criminosos ou não, para a justiça? Deixe a sua opinião nos comentários.

Quem é Alexandre de Moraes?

Jurista, Alexandre de Moraes tem 49 anos e substitui Teori Zavascki, que faleceu em janeiro em acidente aéreo, como ministro do Supremo Tribunal Federal.

Moraes assumia o Ministério da Justiça, onde foi colocado pelo atual presidente Michel Temer. Anteriormente, o ministro foi secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, no governo Geraldo Alckmin, entre janeiro de 2015 a maio de 2016. Foi filiado ao PSDB até receber a indicação para a Suprema Corte.

A carreira política de Moraes também foi cercada de polêmica: enquanto atuava no governo Alckmin, teve a passagem colocada em xeque por conta da violência excessiva que lidava contra protestos populares. Já em 2015, o Estado de S. Paulo publicou uma reportagem mostrando que Alexandre de Moraes era advogado de, pelo menos, 123 processos da cooperativa Transcooper — a Transcooper é uma das empresas presente em uma investigação de lavagem de dinheiro e corrupção engendrada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como resposta, Alexandre disse em nota que “renunciou a todos os processos que atuava como um dos sócios do escritório de advocacia” e que" estava de licença da OAB durante o período investigado".

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Empresário assassinado tinha acabado de descobrir que seria pai Laudo da PF confirma que Bolsonaro usou solda para romper tornozeleira Novas regras para horários de entrada e saída de hotéis já estão valendo; veja o que mudou CCJ do Senado aprova PL da Dosimetria e texto vai ao plenário