Animais chegam a Alagoas em programa de preservação; veja as espécies

Publicado em 12/12/2025, às 08h54
- Ascom MP

Ascom MP

Ler resumo da notícia

Oito papagaios-do-mangue e 95 jabutis foram transferidos esta semana para recintos de aclimatação na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em Coruripe, na região Sul de Alagoas, como parte das ações coordenadas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), Projeto Arca, Usina Coruripe e apoio de diversos parceiros das iniciativas pública e privada. O objetivo é atender a um grande programa de refaunação, o qual empreende ações para preservar espécies ameaçadas que ainda estão em vida livre e trazer de volta outras que desapareceram, mas que um dia já foram comuns nas matas alagoanas.

LEIA TAMBÉM

Os exemplares do papagaio-do-mangue, que devem permanecer cerca de quatro meses num viveiro de aclimatação sob vigilância diária, são oriundos de apreensões em operações de combate ao tráfico de animais e também de devoluções voluntárias realizadas em outros estados.

De acordo com o professor e pesquisador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Luís Fábio Silveira, todos os animais já passaram por exames comportamentais e laboratoriais para atestar a saúde.

“O objetivo é restabelecer a população desses papagaios, que era conhecida aqui e que foi extinta na década de 1980. Para isso, haverá ainda outras solturas, é preciso trazer mais animais para que a população possa se estabelecer em vida livre”, explicou.

"Tanto os papagaios quanto os jabutis ajudam a replantar a florestas, pois eles são dispersores de sementes", acrescentou o pesquisador da USP, que acompanha desde o início os projetos em parceria com o MPAL para refaunação. Os papagaios-do-mangue estão no mesmo viveiro onde ficaram 20 papagaios chauás até a soltura, ocorrida em janeiro deste ano.

 

Divulgação / MP
Divulgação / MP

 

Promotor titular da 4ª Promotoria de Justiça da Capital, com atribuição em defesa do meio ambiente e um dos coordenadores da iniciativa pelo MPAL, Alberto Fonseca visitou os recintos onde estão os papagaios e os jabutis, nesta quinta-feira (11), e afirmou que o Programa de Refaunação é um sucesso.

“O Projeto Arca e a Usina Coruripe, como parceiros do Plano de Ação Estadual para Conservação do Papagaio-do-mangue, fizeram a translocação desses animais aqui para o viveiro e também de quase uma centena de jabutis, os quais darão uma grande contribuição no serviço ecossistêmico para crescimento da floresta. Ficamos muito felizes com esse objetivo alcançado. Depois do papagaio chauá, agora temos os do mangue, os jabutis e, em breve, traremos para cá o mutum-de-alagoas, para enriquecer as nossas reservas e áreas de conservação”, pontuou Alberto Fonseca.

Também presente na visita, a promotora de Justiça Lavínia Fragoso, titular da 5ª Promotoria de Justiça da Capital (Recursos Hídricos), ressaltou que o MPAL tem pautado sua atuação para a conservação tanto da fauna quanto da flora do estado.

“As ações aqui desenvolvidas com a chegada desses animais são possíveis graças, também, a outro projeto, que é o Pró-Reservas, que visa fomentar a criação dessas unidades de conservação que, por serem áreas protegidas previstas no SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), contam com a fiscalização de seus proprietários e parcerias públicas e privadas, permitindo esses resultados de excelência”, salientou.

O procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Roberto Carlos Batista, que é coordenador da Comissão de Meio Ambiente do Conselho Nacional de Procuradores-gerais no Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), também acompanhou a visita e acrescentou que a experiência de Alagoas denota a importância de projetos dessa natureza para serem reproduzidos em outros estados da federação.

“As Reservas de Patrimônio Natural Privadas, ou RPPNs, são uma solução para áreas como Alagoas para reintrodução de animais silvestres, os quais repovoam e garantem a perpetuação da própria floresta”, adicionou o procurador, que tem 30 anos de experiência no MP com atuação na área ambiental.

O Plano de Ação Estadual (PAE) do Papagaio-do-mangue, coordenado pelo MPAL, conta com diversos parceiros, entre eles a Usina Coruripe, Projeto Arca do CEP, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, USP, Universidade de São Carlos, Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/PM), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Fundação Lymington e Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico (IDESE), ICMBio, Ibama, UFAL, IFAL, Usina Sumaúma, Usina Santo Antônio, Usina Utinga, Grupo Carlos Lyra e Grupo Luiz Jatobá.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Proprietários de imóveis podem fazer cadastro online para aluguel social do Governo Paraná Pesquisas: governo Paulo Dantas tem 62,7% de aprovação entre os alagoanos Aprovado projeto que cria aluguel social para pessoas em situação de rua em Alagoas Comprovante de residência será obrigatório para emissão da nova Carteira de Identidade Nacional