Anistia lança campanha para contestar políticas migratórias dos EUA

Publicado em 29/05/2019, às 23h01
Pixabay -

Agência Brasil

A Anistia Internacional deu início hoje (29) à campanha Derrube o Muro na qual contesta as políticas migratórias adotadas pelos Estados Unidos. Um site foi criado para reunir informações relacionadas a violação de direitos humanos. A abertura da campanha foi marcada com uma ação de ativistas no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro. Usuários que chegavam à estação de metrô Carioca eram convidados a interagir com um muro de papelão.

LEIA TAMBÉM

"Estamos fazendo um chamado à população para que se solidarize. Desde que foi eleito nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump ameaça construir um muro na fronteira sul dos Estados Unidos para impedir a passagem de pessoas que escapam de países latino-americanos geralmente devido a alguma crise de segurança pública ou uma crise humanitária. A ameaça contra os migrantes já é realidade pelas políticas que ele vem implementando e que contraria o direito das pessoas de pedir asilo em segurança", disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil.

De acordo com ela, estão sendo adotadas práticas que violam tanto a lei norte-americana como a lei internacional. "As pessoas estão sendo impedidas de pedir asilo em liberdade, conforme a legislação. Trump faz o contrário. Tem milhares de pessoas detidas. Crianças, mulheres e famílias inteiras", lamenta Jurema.

Segundo a Anistia Internacional, qualquer pessoa que chegue no país para reivindicar asilo deve ter permissão para fazê-lo e ter seu caso ouvido pelas autoridades. Entre as violações listadas pela entidade, está a proibição da entrada de pessoas que buscam proteção nos Estados Unidos e a ação de forçar os migrantes a voltarem aos locais perigosos de onde elas fugiram.

"Nós sabemos que as pessoas que saem em busca de asilo, que deixam sua casa, sua família, sua comunidade, só o fazem em extrema necessidade. Então o que elas precisam é de acolhimento e não de ter seus direitos violados", acrescenta Jurema.

O dia 29 foi escolhido para a ação porque marca também o início do julgamento do geógrafo e atividade de direitos humanos Scott Warren. Ele está sendo processado criminalmente nos Estados Unidos após ter sido flagrado no deserto do estado do Arizona oferecendo água, comida e atendimento médico a migrantes que conseguiram atravessar a fronteira. "Isso também é uma violação grave, pois impede o direito de lutar por justiça", diz Jurema.

A Agência Brasil fez contato com a embaixada dos Estados Unidos, mas não obteve retorno.

O presidente Donald Trump tem defendido a construção do muro como uma questão de segurança na fronteira do país com o México.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Vídeo: ratazana surge a bordo de avião e provoca pânico entre passageiros Diretor de cinema Rob Reiner citou 'medo' do filho horas antes de ser morto Agente de condicional confessa relacionamento amoroso com detento em presídio de segurança máxima Brasileira e italiano morrem após paraquedas se chocarem durante salto