Apenas 2% afirmam que atentado contra Bolsonaro mudou voto

Publicado em 14/09/2018, às 22h30
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Folhapress

O atentado que sofreu o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (6), em Juiz de Fora (MG), não tem influência na escolha de candidato para 98% dos eleitores, de acordo com a nova pesquisa realizada pelo instituto Datafolha.

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Segundo o levantamento, a facada em Bolsonaro fez com que apenas 2% das pessoas tenham decidido trocar de candidato para presidente.

O capitão reformado do Exército está internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em recuperação dos efeitos do ataque. Nesta quarta-feira (12) ele passou por uma cirurgia de emergência e foi para a UTI, com quadro de saúde estável.

O levantamento também mostrou que 96% dos eleitores tomaram conhecimento do atentado contra Bolsonaro.

Do total, 43% declararam estar bem informados sobre o assunto, 40% mais ou menos informados e 13%, mal informados. Uma parcela de 4% afirma que não tomou conhecimento do atentado –o índice sobe entre os moradores de municípios com até 50 mil habitantes (8%) e entre os menos instruídos (10%).

Entre os eleitores de Bolsonaro, o índice de conhecimento sobre o atentado ao candidato alcança 99%.

Ainda que, segundo os eleitores, o atentado não tenha participação na decisão do voto, ele comoveu a maior parte deles (72%). Do total de entrevistados, 39% dizem ter se sentido muito comovidos com o ataque e 33% ficaram um pouco comovidos, enquanto 26% afirmaram que não foram tocados pelo episódio e outros 2% não souberam responder.

A comoção alcança índices mais altos entre os mais velhos (80%) e entre os eleitores de Bolsonaro (88%).

O Datafolha entrevistou 2.820 eleitores de 197 municípios entre quinta-feira (13) e sexta-feira (14). A pesquisa foi realizada em parceria com a TV Globo. O primeiro turno das eleições está marcado para 7 de outubro.

A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

Se não influenciou eleitores, o ataque a Bolsonaro e a consequente internação têm gerado danos à campanha. Os líderes da chapa têm tido reações contraditórias e têm entrado em conflito nesse momento de vácuo de poder.

Na terça (11), por exemplo, Levy Fidelix, presidente do PRTB, partido de Mourão, disse que consultaria o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para saber se poderia substituir Bolsonaro em debates. Mas Gustavo Bebianno, presidente do PSL, já havia declarado que ninguém substituiria o presidenciável, e não foi consultado pelo PRTB.

Nesta quarta (12), em nota, o PRTB recuou e disse que a decisão será tomada pela coordenação de campanha.

O agravamento do quadro de saúde descarta, na prática, a volta física do deputado à disputa, inclusive no caso de ele chegar ao segundo turno.

Os três filhos mais velhos do candidato, todos políticos e ligados à campanha, buscam tomar as rédeas do processo.

Não por acaso, a conta de Bolsonaro no Twitter, à qual só eles têm acesso, trouxe um post sobre o assunto na quinta (13). "Muita coisa vem sendo falada na tentativa de nos dividir e, consequentemente, nos enfraquecer. Não caiam nessa! Não há divisão!."

O nível de confiança é de 95%. Levantamento registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 05596/2018.

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