Pedro Acioli*
Envolvimento no assasinato de uma policial, homicídios e tráfico de drogas. Estes são alguns dos crimes apontados a Aldreis dos Santos Oliveira, conhecido como “Moreninho”, irmão do traficante “Nem Catenga”, que morreu em confronto com policiais em Alagoas, no último domingo (31). A morte foi divulgada nesta quarta-feira (03) pela Secretaria de Segurança Pública. Recentemente, ele vinha sendo denunciado por extorsão contra comerciantes do Mercado da Produção.
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“Moreninho” também acumulava outras passagens pela polícia, como por porte ilegal de arma de fogo, corrupção ativa e associação para o tráfico. Segundo informações, ele cobrava taxas semanais aos comerciantes do Mercado de forma ilegal, e "colocava medo" nos populares da região. Inclusive, os policiais encontraram recibos dessa cobrança no veículo em que ele estava no momento da perseguição. Confira:
O comandante de Missões Especiais, do Bope, tenente-coronel Jatobá, destacou a gravidade do histórico criminal do suspeito e a firme atuação das equipes.
“Era um indivíduo com uma longa ficha criminal, envolvido em homicídios, tráfico e extorsões, que ainda ousou enfrentar nossas guarnições atirando contra os policiais. A resposta foi imediata e dentro da legalidade, fruto do preparo e da disciplina dos militares que atuaram na ocorrência”, concluiu.
Morte de policial
Aldreis foi acusado de participação no assassinato da policial Iara Laura Silveira, junto de Fernando Pereira da Silva Lemos, conhecido por “Pipa”. Na época, as investigações apontaram que a policial se dirigiu ao bairro da Levada com o intuito de comprar quatro pedras de crack, pela quantia de R$ 40, sendo que ela queria pagar apenas R$ 20, levando o restante do dinheiro posteriormente, o que foi rejeitado por Pipa.
A vítima ligou a motocicleta e tentou fugir sem pagar, sendo impedida pelo traficante que de imediato chamou outras pessoas para a pegarem, oportunidade em que se aproximaram e realizaram diversos disparos de arma de fogo contra a sargento.
No relatório do desembargador Otávio Leão Praxedes, uma testemunha relatou que “Fernandinho” efetuou disparos contra a vítima e que “Moreninho” deu murros na sargento Iara quando ela já estava caída no chão, ocasião em que os demais retiraram o capacete dela, a fim de certificar sua morte.
Irmão de líder do CV em Alagoas
“Moreninho” é irmão de José Emerson da Silva, conhecido como Nem Catenga, que é uma figura conhecida das forças de segurança do estado de Alagoas e apontado como líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que comanda o tráfico de drogas nas regiões da Cambona, Levada e Vila Brejal, em Maceió.
Ele teria enviado um fuzil T4 da marca Taurus do Rio de Janeiro para Maceió. A arma foi apreendida em junho de 2024 em uma máquina de lavar, no bairro da Cambona, capital alagoana.
Na época, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AL) divulgou que o criminoso tinha cinco mandados de prisão em aberto e teria fugido para o Rio de Janeiro, onde estaria se escondendo e recebendo apoio dos demais membros do Comando Vermelho.
Já no mês de agosto deste ano, o Disque Denúncia da Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou fotos de Nem e revelou que ele está no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Outros familiares no crime
Outro irmão de Aldries é Adriano Oliveira dos Santos, vulgo "Caetano", foi considerado um dos mais articulados assaltantes de banco do estado. Com histórico de prisões em presídios federais, Adriano foi morto em uma operação das forças policiais de Alagoas, em março de 2016.
O pai de Moreninho, identificado como José Júlio de Oliveira, o "Zé Moreno", ele também tem envolvimento no mundo de crime. Ele montou uma quadrilha com uma estrutura criminosa organizada, que contava com outros subordinados além dos filhos.
Morte de Moreninho
Moreninho foi flagrado por militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) durante patrulhamento entre a Praia do Francês e o litoral de Roteiro. A equipe recebeu informações sobre um veículo em alta velocidade, que possivelmente estava sendo utilizado em atividades criminosas.
O automóvel foi localizado e, mesmo diante das ordens de parada, o condutor se recusou a obedecer. O veículo continuou sendo acompanhado, até que fosse cercado e interceptado. Após a parada, Moreninho abandonou o carro, sacou uma pistola e atirou contra os policiais. Houve revide e o suspeito foi baleado.
O irmão de Nem Catenga foi socorrido e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.
A Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento de Maceió (Semapa) informa que Aldreis dos Santos Oliveira não possuía qualquer vínculo com a administração pública municipal e não exercia a função de administrador do Mercado da Produção. A Semapa reforça que a cobrança de taxas extras aos permissionários é considerada ilegal.
*Estagiário sob supervisão
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