Auxílio emergencial bloqueado? Veja o que fazer para voltar a receber

Publicado em 22/07/2020, às 20h33
Marcelo Camargo / Agência Brasil -

Correio Braziliense

A Caixa Econômica Federal bloqueou, por suspeita de fraude, “centenas de milhares” de contas de poupança social, utilizadas para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. Algumas estimativas — não confirmadas pela instituição — falam em 3 milhões de contas suspensas. De acordo com a Caixa, trabalhadores que porventura tenham sofrido o bloqueio devem se apresentar pessoalmente em uma agência do banco, levando documento de identidade, para confirmar que são titulares das contas e regularizar o cadastro.

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Na última sexta-feira, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, revelou que hackers haviam invadido o aplicativo Caixa Tem, usado para gerenciar as contas, e desviado recursos dos beneficiários. Ontem, em entrevista ao site Infomoney, Guimarães disse que “centenas de milhares” de contas foram suspensas devido à suspeita de fraude. Apesar do número elevado, ele ressaltou que as irregularidades representam uma pequena parte do total de auxílios pagos pela Caixa, que supera 65 milhões.

A maior parte dos casos ocorreu em maio, segundo Guimarães e, depois disso, foram adotadas providências para aumentar a segurança do programa. As fraudes estão sendo investigados pela Política Federal e pelo Ministério Público. Nesta terça-feira, o banco estatal divulgou nota sobre o assunto.  

“A Caixa esclarece que o aplicativo Caixa Tem possui múltiplos mecanismos integrados de segurança, mantendo-se inviolável e seguro. O baixo percentual de fraudes observado deve-se à engenharia social, em que são utilizados informações, documentos e acessos dos próprios clientes. Assim, recomenda-se utilizar apenas os aplicativos oficiais da Caixa e jamais compartilhar informações pessoais”, diz a nota. A Caixa não informou quantas contas foram bloqueadas.

Segundo a instituição, a área de segurança do banco monitora continuamente as contas e os acessos e, em caso de suspeita, realiza o bloqueio preventivo. “O banco esclarece que informações sobre eventos criminosos são repassadas exclusivamente às autoridades policiais, e ressalta que presta irrestrita colaboração nas investigações”, diz o comunicado.

De acordo com o presidente da Caixa, a origem do problema foi a possibilidade de usar um celular para fazer mais de um cadastro. “Muitas pessoas não tinham celular, então permitimos que um celular abrisse mais de uma conta. Aí é o cerne da fraude”, disse.

Desde a instituição do auxílio emergencial, houve inúmeras denúncias de que servidores públicos, militares, pessoas de classe média e até empresários haviam conseguido se cadastrar no programa e sacar indevidamente os recursos. Por conta disso, o governo montou uma estratégia para bloquear acessos suspeitos ao benefício e identificar fraudadores.

Os casos suspeitos estão sendo analisados pela Caixa e por técnicos do Ministério da Cidadania, responsável pelo cadastramento dos beneficiários do programa. Confirmadas as fraudes, as informações serão encaminhadas à Policia Federal, que está montando uma base de dados sobre irregularidades no auxílio emergencial. Casos envolvendo servidores púbicos e militares serão encaminhados para os órgãos a que estão subordinados para que sejam tomadas providências.

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