Barroso acha normal Lula indicar seu próprio advogado da Lava Jato para o STF

Publicado em 18/04/2023, às 20h10 - Atualizado às 23h15

Redação

Em entrevista ao portal UOL, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal revela que não considera nada demais o advogado Cristiano Zanin ser indicado por Lula, a quem defendeu durante a Operação Lava Jato, para o STF:

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 “Não vejo nenhum conflito ético, nem moral, nem violação da impessoalidade. É um advogado que desempenhou o trabalho quando tudo parecia perdido, quando tudo estava ladeira acima. Ele tem virtudes profissionais. Eu acho que não haveria nenhuma implicação ética.”
“Não é despropositada a escolha de alguém que você tenha algum tipo de relação pessoal de afinidade, desde que essa pessoa preencha requisitos mínimos de qualificação técnica e idoneidade.”
Questionado sobre os conflitos entre Jair Bolsonaro e o STF durante o período em que o ex-presidente exerceu o mandato, Barroso afirmou que, nesse caso, “algum grau de tensão” seria normal.
“O que mudou é que a próxima vez que eu votar contra o interesse do presidente não vou ser insultado. Já é um avanço. […] Nem na Hungria do Orbán, nem da Turquia do Erdogan, nem na Venezuela do Chávez aconteceu nada parecido em termos de grosseria com o que aconteceu no Brasil.”
Sobre os atos considerados golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, disse o ministro do STF:
“O que aconteceu ali foi algo inimaginável de milhares de pessoas invadindo a sede dos Três Poderes. Portanto, isso é mais do que um caso puramente criminal. Esse é um caso com uma dimensão institucional enorme, em que, na verdade, falsos patriotas viraram aprendizes de terroristas. Foi o que aconteceu ali dramaticamente. A falta de noção foi tão grande que boa parte das pessoas postou o que estava fazendo nas redes sociais.”.
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