Brasil não reconhece 'neste momento' vitória de Evo Morales no 1º turno

Publicado em 26/10/2019, às 20h36
Reprodução/Instagram -

Folhapress

Um dia após Evo Morales ser reeleito em um primeiro turno questionado, o que levou diversos países e organizações a solicitarem a realização de um novo pleito, o governo brasileiro disse, via Twitter, que não reconhece a vitória do atual presidente da Bolívia.

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"Considerando-se as tratativas em curso entre a OEA e o governo da Bolivia para uma auditoria completa do primeiro turno das eleições naquele país, o Brasil não reconhecerá, neste momento, qualquer anúncio de resultado final", afirma a publicação do Itamaraty na noite desta sexta-feira (25).

Após a divulgação, na noite do último domingo (20), dos primeiros resultados parciais que indicaram a realização de um segundo turno, uma nova contagem, feita voto a voto, foi anunciada mais de 20 horas depois.

Nela, Evo aparecia próximo da vitória, levantando suspeitas de fraude entre oposição e observadores internacionais. Mesa, que governou o país entre 2003 e 2005, denunciou o processo como uma "fraude".

Os protestos na Bolívia continuam, com bloqueios de ruas e confrontos. Uma greve parcial foi realizada na capital junto a um protesto pacífico contra a apuração que, por margem estreita, deu ao atual presidente, desde 2006 no poder, um novo mandato de cinco anos.

A contagem final, divulgada pelo Tribunal Supremo Eleitoral nesta sexta, mostrou Evo com 47,08% e Carlos Mesa com 36,51%. Na Bolívia, um candidato vence no primeiro turno se obtiver pelo menos 40% dos votos e dez pontos percentuais de diferença para o segundo colocado.

México e Cuba parabenizaram Evo pela reeleição, mas União Europeia, Estados Unidos, Argentina e Colômbia, além do Brasil, se mostraram contra a questionada contagem de votos e exigiram a realização de um segundo turno para dirimir as dúvidas sobre o processo eleitoral.

A missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) também recomendou outro pleito entre Evo e Mesa como a "melhor opção" para resolver o imbróglio. A proposta foi corroborada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, por sua vez, pediu o reconhecimento da legitimidade da reeleição de seu aliado andino, em discurso na abertura da cúpula do Movimento Não Alinhado em Baku, capital do Azerbaijão.

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