Brexit: Negociador da UE entregará exigências dos britânicos aos embaixadores nesta segunda-feira

Publicado em 14/12/2020, às 00h01
Virginia Mayo/AP -

G1

O negociador-chefe da União Europeia (UE), Michel Barnier, levará para embaixadores do bloco os termos exigidos pelo Reino Unido para um acordo comercial na manhã desta segunda-feira (14).

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Depois de conversas entre Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o primeiro-ministro Boris Johnson neste domingo (13), as negociações foram estendidas para mais uma tentativa de acordo comercial entre os britânicos e o bloco europeu.

"O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, informará aos embaixadores da UE amanhã às 8h30 sobre o andamento das negociações UE-Reino Unido.Os embaixadores então analisarão a situação", disse Sebastian Fischer, porta-voz da UE para a Alemanha, que detém a presidência do bloco, no Twitter.

Negociações continuam

Von der Leyen e Johnson falaram ao telefone neste domingo e concordaram em uma última tentativa de resolver os impasses. Os principais pontos de entrave são as regras para pesca em território britânico e de concorrência justa entre empresas – o Reino Unido quer isenção das tarifas, e a UE não concorda.

"Nós dois achamos que é prudente que, neste momento, fazer um esforço a mais", disse a alemã. "Entramos em um acordo de pedir aos nossos negociadores que continuem suas conversas e ver se um acordo pode ser alcançado mesmo neste estágio avançado."

Johnson reiterou que um acordo é possível, mas o país deve estar pronto para um tipo de acordo como o que a Austrália mantém com o bloco europeu, sujeito às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e sem um acordo de livre comércio.

"Receio que ainda estejamos muito distantes em algumas coisas importantes, mas onde há vida há esperança. Continuaremos conversando para ver o que podemos fazer, e o Reino Unido certamente não se afastará das conversas", disse.

Em 31 de dezembro, o Reino Unido deixa de seguir as regras comerciais da União Europeia.

Negociações pós-Brexit

Oficialmente, o Reino Unido deixou a União Europeia no dia 31 de janeiro de 2020. O acordo comercial era o mais importante de 11 pontos a serem acertados depois da saída, pois a UE respondeu por 49% das negociações do Reino Unido em 2019.

Sem um acordo sobre livre comércio, o Reino Unido passa a seguir os termos da Organização Mundial de Comércio e produtores e importadores britânicos passam a pagar tarifas que hoje não existem para vender e comprar produtos europeus, além de serem sujeitos às mesmas regras que outros parceiros da OMC.

As rodadas de negociação ao longo de todo o ano de 2020 renderam poucos avanços e constantes impasses. Na data limite é 31 de dezembro se encerra a vigência das regras comerciais entre as partes.

Nesta semana, o primeiro-ministro, Boris Johnson, disse que o acordo tem "forte possibilidade" de não sair e que a União Europeia estava tornando as negociações "desnecessariamente difíceis". Johnson compara as futuras relações comerciais com o bloco aos moldes em que funciona hoje com a Austrália, que não tem um acordo de livre comércio.

Do lado do bloco, há preparado um plano de contingência, que foca especificamente na livre circulação por ar e terra após o 31 de dezembro, além de acesso bilateral à pesca por um ano, ou até um novo acordo.

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