Camarão de água doce, que maravilha!

Publicado em 18/08/2015, às 23h28

Redação

Marechal Deodoro: camarões de água doce cozidos no sal, limão e no próprio caldo. Tradição do Bar V 2

Bela da tarde, mesma, é lagoa Manguaba. Prateada, ondulante, salpicada por alguns barquinhos… uma graça. Lá, numa margem, um singelo bar com as cadeiras recolhidas. Mas meu amigo Ovido Gurgel, que conhece a cidade de Marechal Deodoro na palma da mão, soprou: “Ali tem o melhor camarão”. Poderia ter respondido, como diz o proverbio popular: “Não cutuque a onça com vara curta”.  Nem estava com fome, porém, na minha missão de blogueira, fui conferir a fama alardeada.

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Entrei no Bar 20 V, nome peculiar, e perguntei aos donos da casa, Izaias Ferreira (conhecido como Capão) e sua esposa Dislene Farias, se tinham o camarão e qual o tipo? Ela respondeu: “Tem de água doce e com casca”. Nem acreditei, achei que era barba roxa de cativeiro tão popular nos bares e restaurantes.

Vista do Bar 20 V, na lagoa Manguaba, na cidade histórica de Marechal Deodoro

Pura verdade. Camarões bem vermelhos, de tamanho médio, cozidos apenas no sal, limão e no próprio caldo. Uma tradição das cozinhas alagoanas de fazer da forma mais simples, sem adereços. Até tinha esquecido que o bichinho de água doce é mais carnudo e saboroso.

Como o casal mantém a tradição? Não tem mistério, no Bar 20 V – com 25 anos de história na beira da lagoa –, o pescador é o fornecedor fiel, mas se a lagoa não tá pra camarão, o jeito é se contentar com o bar roxa de cativeiro.

Tradição alagoana: peixe carapeba

No bar a Carapeba, peixe nobilíssimo, também tem assento cativo na cozinha de Isaías e Dislene. “Compro o direto ao pescador”, diz Capão. Para acompanhar o peixe alagoaníssimo, apenas vinagrete. Quem deseja arroz e feijão tropeiro deve encomendar. O pescado, tamanho médio, carnudo, apenas é frito, e vem com a casquinha bem sequinha.

Quer outra opção? Recomendo as asinhas bem crocantes, irresistíveis, principalmente acompanhadas pela cerveja bem gelada. Preparadas com muito esmero. Primeiro são lavadas com vinagre e limão, depois temperadas com pimenta do reino, cominho (pouco), alho, cebola e pimenta de cheiro. Tudo é liquidificado, e nesse líquido é mergulhada, uma por uma, cada asinha antes de ir ao fogo. Maravilha.

Asinhas bem crocantes, irresistíveis, principalmente acompanhadas pela cerveja bem gelada

O empreendimento é simples, limpíssimo, e antes do Bar 20 V , Capão já teve outro bar batizado “Buraco da Gente”. Depois foi a vez do “Aqui Era”. Nomes hilários criados por esse alagoano de Marechal Deodoro. Quando perguntei o que significava o nome atual, ele fez sua própria tradução: “Bar vim te vê” – haja imaginação!

Outra particularidade: No 20 V, a música ambiente é – “uma brasa, mora!” – no embalo da Jovem Guarda. E, assim,  deliciosamente, às margens da Manguaba, o tempo vai passado sem a gente perceber.

Dislerne e Capão, comandam a cozinha, o bar e atendem os fãs do Bar 20 V

Rota Bar 20 V

Preços: vão de R$ 10 até R$ 35,00 – Não aceita cartão

Funciona todos os dias das 10h até as 18h

Avenida Santa Maria Madalena, 2485 (na orla lagunar da cidade de Marechal Deodoro) – Telefone: 99806.8158/ 98875.1959

Fachado do Bar 20 V, na orla lagunar da cidade, 25 anos de tradição

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