Canetas emagrecedoras: comissão barra inclusão de Ozempic e similares no SUS

Publicado em 22/08/2025, às 09h18
Comissão ligada ao Ministério da Saúde barra inclusão de Wegovy, Ozempic, Saxenda e similares no SUS - Agência Enquadrar / Folhapress

g1

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) deu parecer contrário à incorporação dos medicamentos à base de semaglutida e liraglutida no SUS. Entre os pontos apontados estão o alto custo das medicações.

LEIA TAMBÉM

A Conitec é o órgão responsável por decidir, após análises técnicas e consulta pública, se um tratamento deve ou não ser incluído no sistema público de saúde do país.

Nesta semana, o grupo técnico analisava dois pedidos:

Ambos os medicamentos são aprovados no Brasil para esses tratamentos e têm custo estimado de R$ 1 mil por caneta aplicadora.

Durante a discussão, o principal ponto levantado pela comissão foi a restrição orçamentária imposta pelo alto custo do tratamento.

De acordo com relatórios do Ministério da Saúde, o custo estimado para atender à demanda de pacientes no SUS seria de R$ 4,1 bilhões em cinco anos. Em casos que exigem tratamento contínuo, o valor poderia chegar a R$ 6 bilhões no mesmo período.

A comissão também destacou a necessidade de uso contínuo com o medicamento, o que impactaria o orçamento. Além disso, apontou que SUS já oferece uma alternativa para a obesidade, a cirurgia bariátrica. Com isso, decidiu-se pela não incorporação dos medicamentos na rede pública.

A decisão faz com que os medicamentos permaneçam fora do escopo de tratamentos oferecidos pelo SUS, apenas acessíveis na rede particular.

Pasta quer produzir canetas com a Fiocruz

A decisão da Conitec acontece duas semanas depois de o Ministério da Saúde ter anunciado a produção de canetas próprias em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica brasileira EMS.

O foco da parceria são os medicamentos que contêm liraglutida e semaglutida — substâncias que atuam no controle da glicose e também contribuem para a perda de peso. Eles são aplicados por meio de dispositivos semelhantes a canetas, como os medicamentos Ozempic e Wegovy.

A EMS lançou sua caneta emagrecedora no começo do mês. A Olire, feita à base de liraglutida e também é utilizada para o tratamento da obesidade e diabetes.

Novo Nordisk fala em ampliar acesso

A Novo Nordisk, em nota, afirma que "compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população em nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas".

Segundo a farmacêutica, que reforça ter pedido apenas a incorporação do WeGovy, a Conitec confirma que o medicamento é "uma tecnologia inovadora, segura, eficaz e custo-efetiva".

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Maceió inicia vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório para gestantes Tratamentos que usam calor e frio são alternativas para câncer de próstata Chegam a Alagoas doses da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório Entenda como funciona o Hospital da Cidade e sua importância na rede pública de saúde de Maceió