Eberth Lins e Ana Carla Viera
Vão a júri popular nesta quinta-feira (02), dois acusados pela morte do torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, que tinha 47 anos, vítima de espancamento com barra de ferro nas proximidades do Estádio Rei Pelé.
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Serão julgados Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané. No total, conforme aponta o Ministério Público do Estado de Alagoas, eram 10 agressores maiores de idade e mais dois menores, que receberam medidas cautelares. Dos dez, sete foram impronunciados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e receberam alvará de soltura. Dois estão sendo julgados e um segue foragido.
O júri será conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara da Capital, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.
No papel de acusação, a promotora de Justiça Adilza de Freitas defende que há provas muito fortes e que serão sustentadas três qualificadoras para o crime.
A primeira é motivação torpe pela vingança. Mataram Pedro Lúcio como retaliação de uma agressão sofrida por um integrante da torcida criminosa do CRB - não falo torcida organizada, eu falo torcida criminosa, porque quem agride e quem mata é torcida criminosa. A outra qualificadora é o meio cruel pela multiplicidade de ferimentos, causando ao Pedro Lúcio um sofrimento além do necessário. E a outra qualificadora é o uso de recursos que dificultou a defesa da vítima, consistente no fator surpresa. A vítima estava em um churrasquinho, um momento de descontração, conversando com amigos, logo após o jogo do CSA contra um time de Sergipe, quando esses agressores, os dois assassinos que estão em julgamento hoje e mais outros, comparsas da morte, chegaram, espancaram o Pedro Lúcio deixando-o desfalecido", enfatizou a promotora.
Pedro Lúcio dos Santos foi brutalmente agredido no dia 4 de maio de 2023, após assistir a partida entre CSA e Confiança, no Rei Pelé, pela Série C. Logo após o apito final, "Peu" se despediu da família e foi comer em um churrasquinho nos arredores do estádio, onde foi surpreendido e atacado com pedras, paus e barras de ferro por membros da organizada rival.
Pedro Lúcio dos Santos ficou internado no Hospital Geral do Estado, mas morreu três dias depois por traumatismo craniano.
Defesa de réus diz que não há provas para condená-los
A advogada de defesa dos dois acusados que sentam no banco dos réus, Ana Neli Viana, disse em entrevista ao TNH1 que há a expectativa que os dois sejam absolvidos, porque não há provas. Ana Neli sustenta que os dois são inocentes e que tudo será provado no tribunal do júri.
A expectativa é que ao final seja feita justiça, absolvendo o senhor Milton e o senhor Jonas, considerando a total ausência de provas. No processo não foi apresentada qualquer prova, como imagens em que os autores possam ser identificados. Em verdade, hoje estamos diante de um tribunal de um júri baseado apenas no achismo. Os dois são trabalhadores. Um era garçom, o outro fazia pequenos bicos, com vendas. Nenhum dos dois têm passagem pela polícia. Inclusive cabe mencionar que, a princípio foram denunciados 10 réus. Réus com passagens pela polícia foram impronunciados com uma decisão do STJ, ficando apenas dois réus primários, sem quaisquer antecedentes e pessoas que podem comprovar atividade lícita e que eram estudantes", disse a advogada.
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