Caso Peu: mãe defende inocência do filho acusado e diz que eles conheciam a vítima

Publicado em 02/10/2025, às 11h40
- Eberth Lins/TNH1

Eberth Lins e João Victor Souza

Milton Pereira da Silva Neto, 28 anos, é um dos réus no "Caso Peu", como ficou conhecida a investigação do assassinato do torcedor do CSA Pedro Lúcio dos Santos. Em entrevista ao TNH1, nesta quinta-feira (2), durante o júri popular, a mãe do acusado, Nathalina Cândida da Silva, defendeu a inocência do filho. Ela declarou que a família conhecia a vítima, pois morava na mesma vizinhança, e que os verdadeiros assassinos da vítima continuam soltos.

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"Meu filho é inocente. Eu, particularmente, sou da velha guarda do CSA. Conheço também o rapaz que foi a óbito. Meu filho também conhecia. Nós éramos vizinhos, tanto que eles eram amigos", iniciou a mulher ao destacar também que Milton integrava uma torcida organizada do CSA.

"Está havendo um equívoco muito grande, porque se os outros foram soltos, e principalmente quem fez, porque o meu filho, que é inocente, está sendo acusado por algo que não fez? Isso é injusto! Cadê a justiça que soltou quem fez?", continuou ao questionar a soltura de outros suspeitos.

Nathalina também revelou que precisou mudar de endereço devido às ameaças sofridas depois da morte de Peu e da prisão de Milton. "Eu me mudei da casa onde eu moro, porque sofria ameaças. Não moro mais em Maceió. Morava há 47 anos na mesma residência. Agora me escondo num lugar que não é muito bom. Trabalho em Maceió, mas venho com receio, porque queriam invadir minha casa com armas na época do caso. Tive de me mudar do dia para a noite. Tanto eu como a mãe do Jonas [outro réu]. A gente anda na rua com medo de receber represália", disse.

Veja outros trechos da entrevista:

Filho sem antecedentes criminais

"Meu filho não é bandido. Meu filho nunca teve problema, nem na família, sempre foi um menino bom. Nunca teve problema desde a escola. Ele sempre foi uma pessoa boa, tomava conta do meu outro filho que é de menor, quando eu saia para trabalhar,".

Problemas de saúde

"Eu não estou conseguindo trabalhar, eu estou na base de medicamento, no psiquiatra, no psicólogo, eu já tive um AVC por conta disso. O meu filho tem sido julgado pelo crime que não cometeu e há três anos estou sofrendo com isso. Espero que hoje a justiça seja feita em nome de Jesus, o meu filho não é uma pessoa ruim, o meu filho é uma pessoa boa".

Dependência do jovem

"Ele tomava conta de mim, só vivia eu e ele, e ele é os meus pés, os meus braços, as minhas mãos e eu preciso do meu filho em casa, porque só somos nós dois e mais ninguém".

Família de Peu espera a condenação dos réus

Dor, revolta e esperança pela condenação dos réus marcam o dia da família de Pedro Lúcio dos Santos, o "Peu", morto aos 47 anos, ao deixar o Estádio Rei Pelé, em Maceió, após uma partida de futebol. Os familiares acompanham, nesta quinta-feira (2), no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, o júri popular de dois acusados do crime.

A viúva da vítima, Nielba Rocha de Araújo, disse ao TNH1 que espera a condenação de Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané. "Muito covardes, covardes mesmo. E a minha revolta maior é que muitos, muitos deles envolvidos, já estão soltos aí pra aprontar novamente. Então o que eu quero é justiça. Esses que estão hoje pra ir a julgamento, eu quero que eles permaneçam no lugar que eles estão. Eu só quero justiça", declarou.

Eu tenho uma revolta. Eu fiquei muito revoltada quando eu soube que eles estavam soltos. E isso aconteceu um dia depois que se completaram dois anos da morte do meu marido. Um dia antes a gente foi e pediu justiça. E quando é um dia depois, a gente viu o anúncio dizendo que eles estavam soltos. Falta de prova não foi, porque o meu marido está morto", continuou a mulher indignada.

A filha de Peu, Jéssica Milena, afirmou que os réus agiram para matar e aguarda a pena máxima do júri.

A gente pede justiça, que eles paguem pelo crime que eles cometeram, até porque o que eles fizeram, eles sabiam exatamente o que eles estavam fazendo. Que eles paguem, porque a gente sente tanta dor". 
 
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