Central de Flagrantes enfrenta superlotação, mas delegado nega motim

O juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, está esperando ser comunicado oficialmente sobre a situação da superlotação da carceragem da Central de Flagrantes para tomar as medidas judiciais necessárias para resolver o problema.

De acordo com o juiz, a obrigação de transferir esses presos é da direção da Casa de Custódia, e não do delegado plantonista. “Os delegados plantonistas têm que trabalhar com tranquilidade, até para manusear a carceragem com tranquilidade e dessa forma eles não conseguem. O que não pode é uns sofrerem com a superlotação para outros terem tranquilidade”, criticou o magistrado.

O delegado Leonardo Assunção, plantonista da Central de Flagrantes de Maceió nesta quarta-feira (17), confirmou que a carceragem da delegacia de plantão está com aproximadamente 40 presos, número bem acima do limite máximo de 24 presos, determinado através de uma decisão judicial.

"NÃO HÁ CLIMA DE TENSÃO"

O delegado disse em entrevista, por telefone, que já está trabalhando para realizar uma transferência de presos da Central para a Casa de Custódia da Polícia Civil, no bairro do Jacintinho, em Maceió, para desafogar a carceragem.

Ouça entrevista à Rádio Pajuçara FM Maceió:

Ele afirma que o barulho de gritos vindo celas da carceragem são comuns em delegacias e que apesar disso não há clima de tensão ou de rebelião. “Liguei inclusive para o colega que estava de plantão ontem, que me antecedeu, para saber se houve algo do tipo, mas ele também não registrou nada”, esclareceu o delegado.

Já José Braga Neto afirmou que as transferências da Casa de Custódia para o Cadeião, uma espécie de Casa de Custódia do Sistema Prisional, ocorrem Às terças e quintas-feiras e que mesmo com a lotação do local estando mais de três vezes acima da capacidade local, as mudanças continuam acontecendo.

“Nós temos 619 presos no Cadeião, que tem uma capacidade para 200 presos, e ontem  tinha 20 presos para subir da Casa de Custódia para o Cadeião, e só conseguimos realizar 14, porque seis presos ainda não tinham participado de audiências, mas mesmo assim, as transferências continuam ocorrendo. O que não pode é um ficar tranquilo enquanto os outros se sacrificam”, disse o magistrado.

O TNH1 tentou falar com o coordenador da Casa de Custódia da Polícia Civil, Marcos Bruno, mas ele estava em reunião e não pode falar com a reportagem sobre o assunto. Entretanto, o delegado Leonardo Assunção, ouvido no começo da matéria, afirmou que as transferências devem ocorrer até o final do dia.