China deve aumentar arsenal nuclear para confrontar Trump, diz jornal chinês

Publicado em 08/12/2016, às 17h36
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Redação

A China deve “aumentar significativamente" os seus gastos militares e construir mais armas nucleares, preparando-se para o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu hoje (8)  o Global Times, jornal próximo do Partido Comunista Chinês (PCC). As informações são da Agência  Lusa.

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Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende "um aumento significativo das despesas militares da China, em 2017". Segundo o texto, o país asiático deve "construir mais armas nucleares estratégicas e acelerar a instalação dos mísseis balísticos intercontinentais DF-41" para proteger os seus interesses, caso Trump aja de "forma inaceitável" para com o país.

Trump atacou frequentemente a China durante a sua campanha presidencial, designando o país como o "inimigo" que faz dos EUA "palermas". Mas ele indicou também que não deseja projetar o poder dos EUA além-fronteiras, afirmando que a América está cansada de pagar para defender  aliados como o Japão e a Coreia do Sul. Trump chegou mesmo a sugerir que esses países construam as suas próprias armas nucleares.

O editorial do Global Times surge na sequência de um "post" de Trump na rede social Twitter, em que ele critica as políticas externa e comercial da China, e depois da conversa por telefone do presidente eleito com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, pelo que o contato de alto nível com Taipé, capital de Taiwan, sugere um apoio às aspirações independentistas do território. No editorial o Global Times escreveu: "Precisamos nos preparar melhor militarmente, para garantir que aqueles que advogam a independência de Taiwan sejam castigados, e tomar precauções em caso de provocação dos EUA no Mar do Sul da China".

Trump escolheu esta semana o governador de Iowa, Terry Branstad, que tem laços antigos com o Presidente da China, Xi Jinping, para ser o embaixador norte-americano em Pequim. A escolha sugere que o magnata quer manter boas relações com o país, mas o jornal estatal China Daily permanece pessimista quanto ao futuro das relações entre as duas maiores potências do planeta.

"A China tem de estar preparada para o pior", escreveu em editorial o China Daily, na edição de hoje. "O que aconteceu nas últimas semanas sugere que as relações entre a China e os EUA atravessam um período de incerteza nunca visto antes, mostrando que Trump pode não só ladrar como morder também", afirmou o periódico.

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